
A noite desta quinta-feira (6) foi marcada por mais um caso de racismo em competições da Conmebol, desta vez pela Libertadores Sub-20. O caso, que aconteceu durante partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, foi alertado pelo jovem Luighi, e Felipe Melo, ex-jogador e comentarista da Globo, fez um longo desabafo após as ofensas sofridas pelo atleta e cobrou união dos atletas para combater o racismo no futebol.
Em seu perfil oficial no Instagram, o ex-volante pediu atitudes drásticas aos jogadores em caso de reincidência do racismo: ninguém mais jogar. Confira:
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- Estou sem saber o que falar com o acontecimento com o Luighi. Confesso que fiquei muito triste, vídeo dele chorando me deixou (muito triste)… sou pai, né. Pai de atleta. Acabou com meu dia. Fiquei triste demais. Eu sei que a gente está falando do acontecido em outro país, sei que a Conmebol não vai deixar isso passar em branco, sei que eles vão fazer algo. A gente pede que isso aconteça, que sejam fortes em busca de punir o criminoso. Sei que isso vai acontecer - disse Felipe Melo.
- Temos que nos unir, faço parte do mundo do futebol. Pedir para as autoridades no Brasil… o presidente da CBF tem que se manifestar, não pode ficar só no falar, tem que tomar atitude, temos que virar exemplo quanto a isso. As pessoas vêm ao Brasil e fazem isso com certeza da impunidade. É cadeia. Tem que ser preso. Os atletas, grandes estrelas, têm que se unir nesse momento. A união faz a força. Se acontecer de novo, ninguém entra em campo. Tem que se unir, não se uniram para grama natural x sintética? - cobrou o ex-jogador.
Entenda o caso de racismo sofrido por Luighi, do Palmeiras

Aos 32 minutos, após o terceiro gol do Palmeiras sobre o Cerro Porteño, quando Figueiredo foi substituído, um torcedor paraguaio, com uma criança no colo, foi flagrado fazendo gestos racistas em direção aos jogadores brasileiros. O jovem Luighi alertou a arbitragem e, aos prantos, precisou ser amparado pelos colegas no banco de reservas.
A transmissão da partida é feita diretamente pela Conmebol TV, que não repetiu o flagrante. O árbitro ativou o protocolo de racismo no momento, mas a partida prosseguiu normalmente após Luighi se encaminhar ao banco de reservas.
Após a partida, Luighi foi escolhido para a entrevista pós-jogo. O atacante de 18 anos, ao ser questionado sobre o jogo, demonstrou indignação e surpresa ao perceber que o caso de racismo não seria abordado.
- É sério? Vão deixar passar isso? O que fizeram comigo foi um crime, você não vai perguntar isso? Você não vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso, CBF sei lá? Você não vai perguntar sobre isso? Você não ia, né? Foi um crime comigo, a gente é formação, aqui é formação, a gente tá aprendendo aqui - disse o jogador chorando à transmissão oficial.