Os advogados de Paolo Guerrero imaginavam que o resultado do julgamento do caso de doping sairia até segunda-feira, quando termina a suspensão provisória de 30 dias do peruano. No entanto, após a audiência realizada nessa quinta-feira na sede da Fifa, em Zurique, a equipe de defesa do jogador mudou a expectativa. Eles acham que o veredito demorará um pouquinho mais.
- Semana que vem anunciam o resultado. Deverão estender a suspensão provisória dele por alguns dias até esse anúncio - disse o experiente Bichara Neto, que foi um dos advogados a acompanharem Guerrero na Fifa (o outro foi Pedro Fida).
Leia também
Após quatro horas de julgamento, o camisa 9 do Flamengo e da seleção peruana deixou o local confiante de que será absolvido, o que é o objetivo de sua defesa. Bichara Neto contou brevemente como foi a audiência.
- A Fifa analisou o conjunto das provas e se convenceu de que o resultado positivo não é compatível com consumo de cocaína. Estamos pedindo absolvição e alegando que ele não contribuiu de nenhuma forma para esse resultado positivo.
Segundo Guerrero, algumas das provas apresentadas foram o exame de cabelo e também o fato de a quantidade de substância proibida (benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína) ser muito baixa. Ele prestou depoimento, bem como testemunhas levadas por seus advogados.
A Fifa por enquanto não divulga qualquer informação sobre o conteúdo do julgamento. A pena máxima para esses casos é a suspensão de quatro anos, o que dificilmente acontecerá com Guerrero. A questão é se ele será mesmo suspenso - e por quanto tempo - ou se será absolvido.
O atacante testou positivo para a substância benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína, em exame antidoping realizado após a partida entre Peru e Argentina no dia 5 de outubro, pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Ele recebeu suspensão provisória de 30 dias a partir de 3 de novembro, quando o caso foi divulgado.
A benzoilecgonina encontrada na urina de Guerrero é proveniente da folha de coca utilizada para chá consumido em diversos países da América do Sul, entre eles o Peru. Os advogados apontam contaminação em um outro tipo de chá ingerido pelo jogador.