A Arena MRV está interditada. A pedido da Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o Atlético-MG foi punido em razão dos casos de violência ocorridos no último domingo (10), na final da Copa do Brasil contra o Flamengo, e o estádio do time mineiro foi interditado provisoriamente.
O presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo, deferiu o pedido nesta terça-feira (12) e determinou que o Galo mande seus jogos em outro estádio, com os portões fechados.
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Segundo a decisão, a Arena deve permanecer fechada até que o clube comprove a "adoção de medidas logísticas, estruturais, administrativas e disciplinares necessárias e suficientes para garantir a segurança adequada".
O Galo tem um prazo de dois dias para se manifestar no STJD.
A decisão cita os atos de violência no estádio, a invasão e tentativa de invasão de campo, arremesso de bombas e outros objetos pela torcida do Galo, bem como o apontamento de laser contra o goleiro do Flamengo, Rossi.
Confira, abaixo, trechos do despacho do presidente do STJD:
- Trata-se de medida inominada acautelatória apresentada pela Procuradoria de Justiça Desportiva (PGJD) visando a interdição da ARENA MRV e a realização dos jogos do Clube Atlético Mineiro SAF, na condição de mandante, em outras praças desportivas, com portões fechados, em razão dos atos de violência; invasão e tentativa de invasão de campo; arremesso de bombas e outros objetos pela torcida; bem como apontamento de laser contra o goleiro adversário, fatos ocorridos na partida de 10/11/2024, contra o CR Flamengo, válida pelo segundo jogo da fase final da Copa do Brasil de 2024, disputada em Belo Horizonte.
- Em sua peça acusatória, a Procuradoria relata o arremesso de quatro bombas, anexando vídeos probatórios, sendo apontado como o arremesso mais grave, a bomba que atingiu o fotógrafo Nuremberg Maria José, que precisou ser levado às pressas para o hospital, precisando passar por cirurgia, onde se constatou que o profissional teve dedos quebrados e tendões rompidos.
- DEFIRO a liminar para determinar a interdição imediata da ARENA MRV, com a transferência dos jogos do Clube Atlético Mineiro SAF, na condição de mandante, para praça desportiva diversa, com portões fechados. A medida estará em vigor até que ocorra a comprovação, pelo clube, da adoção de medidas logísticas, estruturais, administrativas e disciplinares necessárias e suficientes para garantir a segurança adequada na Arena MRV, ocasião em que a medida será objeto de nova deliberação pelo Pleno deste Tribunal - divulgou o STJD.
Pronunciamento do Atlético
O clube mineiro veio a público, por meio do CEO do Galo, Bruno Muzzi, para lamentar o ocorrido e assumir os erros que geraram os casos de violência.
Muzzi afirmou que a segurança da final da Copa do Brasil foi a maior da história da Arena.
- Tínhamos mais de 700 seguranças na partida, quase o dobro do que costumamos ter. A Arena MRV conta com 350 câmeras monitoradas em tempo real pelo nosso centro de comando, o CCO (Centro de Controle de Operações), que é o gabinete de crise no qual há o trabalho conjunto entre a equipe de segurança do Atlético e da Arena MRV, Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Civil e Bombeiros. Eu acompanhei todos os trabalhos lá no CCO - declarou o CEO.
O clube também informou que já identificou alguns infratores presentes na Arena MRV.
- O Atlético já identificou alguns infratores, que serão punidos de forma severa pelo Clube. No dia do jogo, 16 torcedores foram conduzidos pela Polícia Militar, sendo que 12 foram detidos por conta de incitação de tumulto, ameaça e caso de injúria racial.
Nota do Galo
Na tarde desta terça-feira (12), o Galo usou as redes sociais para informar que o STJD não oportunizou ao clube o exercício do direito de defesa, e por isso a direção irá apresentar um pedido de reconsideração.
- Sobre o pedido de interdição da Arena MRV, o Atlético informa que, pelo fato de o STJD não ter oportunizado ao CAM o exercício do direito de defesa, o Clube apresentará um pedido de reconsideração. O pedido será fundamentado em tudo que foi e está sendo feito pelo Galo em relação à segurança da Arena MRV. O Atlético irá cumprir a ordem do STJD, mas entende que a garantia do direito à ampla defesa é indispensável para a construção de uma decisão justa.
A nota segue em atualização.