Andrés Sanchez decidiu contragolpear. Alvo de críticas, articulações políticas de opositores e até uma ação judicial para afastá-lo do cargo nas últimas semanas, o presidente do Corinthians mudou de postura e agora promete participar ativamente do processo eleitoral do clube.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o dirigente não revelou qual candidato irá apoiar, mas avisou que estará na campanha. Até então, Andrés dizia que não se envolveria na eleição do Corinthians, marcada para 28 de novembro.
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- Eu não queria me envolver politicamente ativamente, primeiro porque não temos candidato e, segundo, porque não queria tomar partido. Felizmente ou infelizmente, rejuvenesci 20 anos, eu não sou candidato e só me atacam. Então, sou obrigado a entrar na política, vou entrar como se fosse a primeira vez e vou participar ativamente da política até o fim do ano - disse Andrés.
O Grupo Renovação e Transparência, fundado por Andrés e que está no comando do clube desde 2007, ainda não definiu se terá candidato próprio. A tendência é que o atual diretor de futebol, Duílio Monteiro Alves, represente a chapa na disputa presidencial.
Há, porém, uma possibilidade de composição com Paulo Garcia, conselheiro do Timão cujo grupo político deu sustentação ao mandato de Andrés.
- Se o grupo decidir ter candidato, vamos lançar. Se o grupo decidir apoiar alguém, vamos apoiar - falou o presidente.
Durante a entrevista desta sexta, o cartola alfinetou em diversos momentos os aliados do ex-presidente Mario Gobbi, que era do grupo político de Andrés, mas vai disputar a eleição pela oposição.
O presidente alvinegro está incomodado com os ataques recebidos e as derrotas que tem sofrido nos bastidores. O Conselho Fiscal e o Conselho de Orientação do Corinthians sugeriram ao Conselho Deliberativo do clube que reprove das contas de 2019. Se isso ocorrer, pode ser aberto um processo de impeachment.
- Sei do meu tamanho no Corinthians, da minha história no Corinthians. Não são essas pessoas que vão me apequenar, não sou candidato a nada. Não vim para contar minha história, porque todo mundo sabe, com erros e acertos. Mas o Corinthians não pode e não precisa passar por isso. Temos negociações enormes pela frente e isso só vem a prejudicar o Corinthians. Amanhã, a história vai cobrar quem coloca o Corinthians nas páginas judiciais e fica fazendo política em ano eleitoral - comentou Andrés.
Além de Mario Gobbi, o conselheiro Augusto Melo se lançou candidato à presidência do Timão. Em 2019, Paulo Garcia afirmou que disputaria o pleito, mas até o momento ele não oficializou a participação.
Andrés Sanchez está com 56 anos. Na presidência do Timão, ele conquistou Série B (2008), Copa do Brasil (2009), Brasileiro (2011) e três Paulistas (2009, 2018 e 2019).