O casamento de Sebastian Vettel com a Ferrari em 2015 parecia fadado ao sucesso - e ao título mundial. No entanto, o sonho deu lugar a realidade da Fórmula 1 em um contexto de domínio da Mercedes e disputas internas, e chegou ao divórcio em 2020. Mark Webber, ex-colega do alemão na RBR, acredita que essa relação desgastada tenha feito mal ao tetracampeão, hoje com 32 anos.
- Acho que esse casamento realmente o esgotou. Você pode ver que ele nem parece ter a idade que tem agora, eu disse isso a ele muitas vezes. Ele teve uma boa sequência lá, difícil, mas acho que ele simplesmente se esgotou - disse o australiano, que competiu ao lado de Vettel entre 2009 e 2013.
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O alemão foi o grande personagem da renovação da Ferrari após os meses conturbados da equipe em 2014, longe da disputa pelo título e enfrentando problemas mecânicos e de confiabilidade. Conquistou a primeira vitória pela escuderia italiana na segunda etapa da temporada de 2015, na Malásia, e desde então, acumula 14 conquistas.
Em 2016, ele foi eclipsado pela intensa disputa na Mercedes entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, além de Daniel Ricciardo, então na RBR, voltando a surgir com força na briga pelo campeonato no ano seguinte. Porém, as tentativas nunca passaram do "quase", e de dois vice-campeonatos, em 2017 e 2018, o alemão foi relegado ao quinto lugar em 2019 com a evolução de Max Verstappen, hoje em sua ex-equipe, e a ascensão astronômica de seu colega na Ferrari, Charles Leclerc.
Para Mark Webber, o choque entre o modo de ser de Vettel e a cultura interna da Ferrari dificultaram o entendimento na relação, o que teria contribuído para que o tetracampeão, que não continuará na equipe na próxima temporada, se desanimasse, apesar do empenho em busca do tão sonhado título:
- Sebastian fez seu melhor com o que ele podia para melhorar o time e tê-lo em uma posição que pudesse ganhar o Campeonato Mundial nos últimos anos, mas não aconteceu. Então, acho que a autoconfiança dele foi muito abalada com a falta de entrosamento que ele teve com a cultura italiana, isso é uma coisa importante. Há um jeito meio alemão de fazer as coisas, um limite robótico que sabemos que eles têm. Os ingleses, australianos, neozelandeses e sul-africanos estão nesse meio termo, e você tem os latinos no outro extremo.
Até o momento, Sebastian Vettel não deu indícios de quais são seus planos após a saída da Ferrari ao fim de 2020. Os últimos rumores, que o apontavam na direção da Racing Point, foram negados pelo chefe da equipe, Otmar Szafnauer. A Ferrari, por sua vez, já confirmou que o espanhol Carlos Sainz, da McLaren, será o substituto de Vettel na temporada 2021.