
Andy Murray foi impiedoso e
passou por cima de Juan Monaco, avançando às oitavas de final da Olimpíada
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. Mas não conseguiu fugir da marcação do pequeno João Victor Fornaziero Bispo Prado, de apenas nove anos. Fã de tênis, o menino deixou Sorocaba ao lado dos pais e avós para acompanhar o torneio olímpico no Rio de Janeiro e roubou a cena na manhã desta terça-feira no Centro Olímpico. Com um caderninho estilizado trazido de casa, com a foto e informações de cada tenista, ele vê tudo de perto e pega o autógrafo de todos ao fim das partidas. Murray, contudo, "roubou" a sua caneta após assinar em seu caderninho, e o Joãozinho não pensou duas vezes. Invadiu a quadra central, deu um drible nos seguranças e foi até o britânico. Só que não para tietar: "Ele roubou a minha caneta. Como ia fazer para pegar os outros autógrafos?".
- Eu não pensei duas vezes em invadir a quadra. Eu precisava pegar a minha caneta de volta, se não, como eu iria pegar o autógrafo dos outros tenistas? Eu só cheguei perto dele, ele se assustou e eu falei com ele: "My pen (minha caneta)". Ele então me devolveu, eu levei uma bronca do segurança, mas voltei para a arquibancada. Eu não podia deixar ele levar a minha caneta. Como ia fazer depois - disse o sorridente João Victor.

O pequeno menino do interior de São Paulo tem autógrafos de Novak Djokovic, que já deixou os Jogos, do japonês Nishikori e de outros. Nesta terça-feira, veio até a quadra central para colocar mais uma "figurinha" no seu álbum. Ao fim da partida, Murray se aproximou da "fila do gargarejo" que se forma na arquibancada mais próxima da quadra, e João foi até ele. Só que Murray, após dar o autógrafo para ele, não devolveu a caneta. Seguiu assinando para outras pessoas e deu as costas, atravessando para o outro lado com sua caneta em mãos.
O garoto então invadiu a quadra, saiu correndo em sua direção e deu um cutucão, que segundo ele, assustou o britânico. Mas, ao invés de um abraço e de mais tietagem, ele só queria a caneta de volta. Na zona mista, Murray também mostrou surpresa com a situação e confirmou que foi surpreendido com a presença do pequeno "invasor".
- Ele só queria a caneta dele de volta. Ele veio me pedir e eu devolvi, só isso - disse o descontraído Andy Murray, sem se incomodar com a invasão da quadra.
Caderninho olímpico
- Esse caderninho nós fizemos em Sorocaba. Meu pai fez, me ajudou, e trouxemos. Aqui tem cada tenista e nós pegamos os autógrafos de cada um para eu guardar depois. Também fizemos uma camisa personalizada para a Olimpíada. Eu quero ver o Guga, ele está por aí? Está com vocês? Ele está na cabine? - brincou João.

Depois do autógrafo de Murray, Joãozinho seguiu no Centro Olímpico de Tênis, na primeira fileira, bem no centro da quadra. Ele assistiu Rafael Nadal contra o italiano Andreas Seppi, e claro, pegou mais dois autógrafos para o seu caderno olímpico, que certamente daqui alguns anos terá valor inestimável em sua vida.