Soberana na Fórmula 1 nas duas últimas temporadas, aMercedesentrou com uma ação legal contra um funcionário, o engenheiro Benjamin Hoyle. Segundo a companhia alemã, ele teria tentado roubar dados sigilosos da escuderia para fornecer para a Ferrari, equipe pela qual pretende se junta a partir da próxima temporada.
"Sr. Hoyle e potencialmente a Ferrari ganharam uma vantagem ilícita", diz a acusação.
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Hoyle havia se juntado à Mercedes em dezembro de 2012 e atuava como um dos líderes do grupo de engenharia da equipe. No início deste ano, ele avisou aos seus superiores que não continuaria na equipe em 2016. Após descobrir que o funcionário pretendia ingressar na Ferrari na temporada seguinte, a montadora alemã afastou Hoyle dos projetos ligados à Fórmula 1, transferindo ele para o programa do DTM (campeonato alemão de turismo). Além disso, para se proteger, a escuderia forneceu novos computadores formatados para o empregado, além de bloquear o acesso dele a dados relativos à categoria.
Porém, após análise forense, a equipe diz ter descoberto que Hoyle procurou nos servidores da companhia e salvou em seu laptop cópias de documentos contendo informações confidenciais da equipe, incluindo dados do GP da Hungria deste ano e dos motores usados em parte da temporada 2015. Agora a Mercedes tenta, através da justiça, impedir que Hoyle se junte à Ferrari ou a qualquer outra equipe durante 2016. Os advogados afirmam que estão tomando providências para proteger a propriedade intelectual de futuras tentativas semelhantes.
O caso lembra um escândalo ocorrido há oito anos, que ficou conhecido como "Spygate". Em 2007, um ex-chefe dos mecânicos da Ferrari, Nigel Stepney repassou documentos confidenciais da escuderia italiana para a rival McLaren através do engenheiro Mike Coughlan. O time britânico foi excluído do Mundial de Construtores, além de levar a maior multa já aplicada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), de 100 milhões de dólares.