Megan Rapinoe não é mais jogadora da seleção feminina dos Estados Unidos. Na noite deste domingo, a atleta se despediu da equipe com vitória por 2 a 0 sobre a África do Sul. Ela participou do segundo gol da partida, marcado por Emily Sonnett, cobrando escanteio. Antes, durante e depois da partida, a craque foi homenageada e comentou o sentimento.
- Foi uma honra poder vestir esta camisa, jogar com todos esses jogadores e realizar meu sonho de infância. Sei que sou uma jogadora querida. E eu sei que significo muito para o jogo. Mas ter esta noite chegando e realmente sentir e ver isso, dos meus companheiros de equipe e certamente dos torcedores, realmente foi muito especial - disse Megan Rapinoe.
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Aos 38 anos, a craque se despede da seleção nacional com 63 gols, 73 assistências em 203 partidas. Rapinoe foi eleita melhor jogadora do mundo em 2019, quando conduziu os EUA ao título da Copa do Mundo. O anúncio da despedida aconteceu em junho, quando a atleta afirmou que se aposentará no fim da atual temporada.
Referência fora das quatro linhas
Com fama de sincerona, Rapinoe não pensou duas vezes ao criticar a Fifa após ser escolhida para a seleção do ano de 2020. A jogadora do OL Reign não atuava desde o mês de março daquele ano, devido a uma lesão no joelho, mas esteve presente entre as 11 melhores jogadoras no final da temporada.
Também em 2020, Megan desaprovou a omissão de jogadores populares sobre o racismo. O contexto trazia os protestos do Black Lives Matter, após a morte de George Floyd em decorrência de violência policial. Foi crítica ativa durante o governo do ex-presidente Donald Trump, chegando a afirmar que, se os EUA ganhassem o título de 2019, não aceitaria o tradicional convite presidencial para visitar a Casa Branca. As jogadoras da seleção celebraram com um desfile em Nova York, marcado por um discurso de Rapinoe exaltando a diversidade no elenco campeão mundial.
Homossexual assumida, Megan Rapinoe vive um relacionamento com a ex-jogadora de basquete Sue Bird e deixa um legado nas lutas sociais por direitos LGBTQIA+, além de participar de organizações que busca combater as desigualdades e o bullying nas escolas estadunidenses. No ano passado, se tornou a sexta mulher esportista a receber a Medalha Presidencial da Liberdade, pelo presidente Joe Biden pelo reconhecimento de seu trabalho social.