Oficialmente, o primeiro evento da Olimpíada do Rio de Janeiro será a partida de futebol entre as meninas da Suécia e da França, às 13h desta quarta-feira. Só que um pouco antes, a partir das 10h30, a ação já vai tomar conta da Arena Olímpica para a ginástica artística, e com a equipe masculina do Brasil na área. O treino de pódio é uma espécie de ensaio geral da modalidade, em que as apresentações não contam pontos, mas podem cativar os árbitros e colocar os ginastas mais perto de uma final e até de uma medalha. Arthur Zanetti, Arthur Nory, Diego Hypolito, Sérgio Sasaki e Francisco Barretto estão no primeiro grupo a se apresentar - na quinta é a vez das meninas. Mas afinal, o que é esse ensaio geral com direito a reconhecimento de campo, lobby e tira-teima.
RECONHECIMENTO DE CAMPO
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POLE POSITION
O treino de pódio também é o primeiro contato dos ginastas com os árbitros. Aqui, a expressão "a primeira impressão é a que fica" é levado a sério. Os árbitros não divulgam notas, mas avaliam as apresentações e conversam entre si para alinhar critérios de julgamento. Técnico-chefe da equipe masculina do Brasil, Renato Araújo compara o treino de pódio ao classificatório da Fórmula 1. Como no automobilismo, o "pole position", aquele que se passou melhor impressão no treino de pódio, pode não ir bem na hora da decisão, mas larga em vantagem.
- É o momento que tem de causar a boa impressão: "O Brasil é uma equipe segura". É o mais importante. Não é o que decide, mas é importante passar bem e mostrar confiança para os árbitros - disse o ginasta brasileiro Arthur Nory.
LOBBY

- É um treino que todos os árbitros estão olhando. Outros países também estão olhando. Você vai lá fazer a série que vai competir. O tempo é o mesmo da competição, o rodízio é igual ao da competição. É como se fosse a competição. É importante para fazer o lobby para tua equipe, mostrar aos árbitros que a equipe está bem. Aí já começa aquele murmurinho entre os árbitros. É superimportante, porque a ginástica tem o julgamento um pouco abstrato. Quando o comentário é grande, o árbitro presta mais atenção. Não muda resultado, mas é importante - explicou Renato Araújo, técnico-chefe do Brasil.
TIRA-TEIMA
Na conversa entre técnicos e árbitros, além do lobby, é possível fazer um "tira-teima" para acabar com qualquer dúvida nas apresentações dos ginastas. É a hora de conferir se as notas de partidas esperadas pela comissão técnica (as dificuldades das séries) estão iguais às anotadas pelos juízes, se todos os movimentos estão sendo validados como os treinadores imaginam.
- Ali o importante é o árbitro já saber a nota de partida, até para ele não errar na hora. Você pode tirar dúvida: esse movimento não está valendo E, está valendo D (que tem menor pontuação no código), precisa marcar (o elemento de força) mais um segundo. Tiramos essas dúvidas com o árbitro-chefe. Se quiser mudar entre quarta-feira e sábado, tem o ajuste final.
LÍNGUA PRÓPRIA
