A brasileira Kamilla Cardoso fez história ao ser a terceira escolha do Draft da WNBA. O recrutamento da principal liga feminina de basquete do mundo ocorreu na noite desta segunda-feira (15), em Nova Iorque. Após sagrar-se bicampeã do basquete universitário (NCAA) por South Carolina, a pivô de 22 anos se tornou a brasileira selecionada na melhor posição do Draft da WNBA.
MVP da final universitária deste ano, Kamilla Cardoso vai defender o Chicago Sky, campeão da liga em 2021. Nas últimas semanas, ela foi projetada como uma escolha top 5 pela maior parte dos analistas. A pivô é o grande nome da nova geração do basquete feminino do Brasil.
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Mineira de Montes Claros, Kamilla deixou o país para se aventurar nos Estados Unidos quando tinha apenas 14 anos. Sem saber falar inglês, mas com a coragem e a vontade de vencer. Inicialmente, jogou basquete no Ensino Médio pela Hamilton Heights Christian Academy, em Chattanooga, no estado do Tennessee. No último ano de High School, ela teve médias incríveis de 24,1 pontos, 15,8 rebotes e 9,2 tocos por jogo.
“Deixei a minha família, a minha mãe e a minha irmã, e isso foi muito difícil. Foi uma decisão que tomei para seguir meu sonho de jogar basquete nos Estados Unidos e eventualmente chegar à WNBA. Sou muito grata pela oportunidade de jogar na Carolina do Sul e representar o meu país na NCAA. Significa muito e faz parecer que todo o sacrifício não foi em vão”, disse a pivô, em entrevista ao portal The Athletic.
Classificada como recruta cinco estrelas, e a jogadora número cinco em sua classe pela ESPN, Kamilla se comprometeu a jogar basquete universitário em Syracuse. Suas médias, em 2020/21, foram de 13,6 pontos, oito rebotes e 2,7 tocos. No entanto, ela se transferiu para South Carolina na temporada seguinte. Sob o comando da lendária técnica Dawn Staley, a brasileira conquistou dois títulos (2022 e 2024) e alcançou o status de estrela na NCAA.
Na final deste ano, South Carolina venceu Iowa, do fenômeno Caitlin Clark, talento geracional que foi a primeira escolha do recrutamento de 2024. Kamilla foi a MVP da decisão, após anotar 15 pontos e pegar 17 rebotes. Dominante no garrafão, ela se tornou a quinta atleta a fazer pelo menos 15 pontos e 15 rebotes em uma partida derradeira do Final Four, nos últimos 25 anos.
Em sua temporada final na NCAA, a pivô de 2,01m de altura obteve médias de 14,4 pontos, 9,7 rebotes e 2,5 tocos. Assim, Kamilla Cardoso se credenciou a ser uma das escolhas do topo do Draft da WNBA. De acordo com analistas, a classe deste ano é a melhor de todos os tempos.
Kamilla na seleção
Pela seleção, a jovem pivô já começou a brilhar. Ajudou o Brasil a ganhar o Sul-Americano de 2022 e a Copa América de 2023. Em ambas as competições, ela foi eleita a jogadora mais valiosa. Kamilla, portanto, é a esperança de dias melhores para a seleção brasileira.
“Pretendo jogar pela seleção toda vez que eu tiver oportunidade. Aliás, sempre tive o sonho de jogar na seleção. Quando era mais nova, eu fui convocada uma vez, só que fui cortada e fiquei muito chateada. Falei para mim mesma, ‘sempre que eu tiver a chance de jogar na seleção, eu vou’. É quem eu sou. É um projeto focar no basquete feminino brasileiro, focar na seleção para estar nas Olimpíadas de 2028. A gente precisa ter mais mídia, ter mais gente assistindo, mais gente nos apoiando, porque eu sei que o basquete feminino brasileiro vai chegar longe”, afirmou Kamilla, em entrevista para o portal GE.
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