Por Jorge Nicola
Fora do futebol desde 14 de junho, quando foi demitido da CBF, Dunga pode voltar a trabalhar em 2017. O ex-treinador da seleção brasileira negocia há quase um mês sua ida para o Beijing Guoan, da China. O time de Renato Augusto e Ralf procura um técnico depois da saída do italiano Alberto Zaccheroni, que foi apenas o quinto colocado no campeonato nacional.
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O problema é que Dunga não está sozinho na disputa: o sueco Sven-Goran Eriksson, que dirigiu o Shanghai Sipg, também da China, nesta temporada, foi procurado pela diretoria do Guoan e se transformou em uma sombra para o gaúcho. O português André Villas-Boas vai dirigir o Shanghai em 2017.
Antecessor de Tite na seleção, Dunga estava tão convencido de que seria o técnico do Guoan que já havia iniciado a montagem de sua comissão. O gaúcho tinha indicado Paulo Paixão como preparador físico; Andrey Lopes, o Cebola, como auxiliar-técnico; além de um fisioterapeuta e um preparador de goleiros brasileiros.
A opção por ex-comandantes da seleção pentacampeã não é novidade na China. Felipão é o atual bicampeão do país à frente do Guangzhou Evergrande, enquanto Mano Menezes passou sem grande sucesso pelo Shandong Luneng no primeiro semestre deste ano. Já Vanderlei Luxemburgo esteve no Tianjin Quanjian, da segunda divisão, até junho, quando acabou demitido.
A nas mãos de Dunga lhe garantiria o maior salário de sua carreira desde que virou treinador - acima de R$ 1,2 milhão por mês, livre de impostos. Inventado pela CBF em 2006, ele acabou demitido após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, diante da Holanda. Ainda ficou alguns meses de 2013 no Inter antes de voltar à seleção em 2014.
Durante todos esses anos, Dunga recusou propostas de seleções, como a da Venezuela, e de clubes pequenos da Itália e do mundo árabe.