O JOGO
A decantada geração belga vai ter que esperar mais dois anos para corresponder às expectativas com um título. Nesta sexta-feira, contra o toque de bola e a habilidade de Hazard & cia., País de Gales usou a tradicional tática britânica dos cruzamentos e venceu de virada, por 3 a 1, no estádio Pierre-Mauroy. Um chutaço de Nainggolan logo aos 13 minutos de partida deu a impressão que seus compatriotas que invadiram Lille festejariam a vaga na semifinal. Mas em jogadas pelo alto, o placar mudou de dono. Ashley WIlliams ainda no primeiro tempo, aos 31, Robson-Kanu, aos nove, e Vokes, aos 40, adiaram até pelo menos a Copa do Mundo de 2018 a confirmação de que esses jogadores dos Red Devils têm fibra nos músculos para levantar um troféu pela seleção.
PRIMEIRO TEMPO
A Bélgica começou mandando no jogo. Com seu toque de bola no meio de campo, envolveu o adversário, perdeu três chances seguidas no mesmo lance na área e acabou abrindo o placar de longe. Aos 13, Nainggolan ficou livre na intermediária e soltou a bomba. A bola nem foi no ângulo, mas o goleiro Hennessey não alcançou. Só que os galeses não desanimaram e, juntos, chegaram ao empate. Sim, "together, stronger", como o lema da seleção. Desse jeito, ficando em bloco numa cobrança de escanteio, o espaço se abriu para o capitão Ashley Williams cabecear livre para a rede, aos 31.
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SEGUNDO TEMPO
Os belgas voltaram do intervalo como iniciaram o jogo. Chegaram perto do gol de novo três vezes, até que a rede balançou. Mas foi a deles. Num lindo drible dentro da área, Robson-Kanu se livrou de três marcadores depois de dominar cruzamento e num giro conseguiu a virada, aos nove. Fellaini chegou a assustar em cabeçadas na área, mas as jogadas aéreas tinham outros especialistas em campo. Num outro cruzamento da direita, Vokes selou a vitória galesa, aos 40.
TABELA
Estreante na Eurocopa, País de Gales ficou a dois passos do título improvável. Volta a jogar na quarta-feira da semana que vem, às 16h (de Brasília), no Stade des Lumières, em Lyon. Enfrenta Portugal, classificado com vitória nos pênaltis sobre a Polônia, depois de empate por 1 a 1. Você vai poder assistir à disputa por vaga na decisão da Euro ao vivo na Rede Globo, GloboEsporte.com, SporTV e SporTV Play, que está com sinal aberto também para quem não é assinante. O site começa a cobertura pré-jogo uma hora antes.
SEM A MARCA DE BALE
Dessa vez, Gales não foi tão dependente de Bale. O atacante do Real Madrid até que participou bem do jogo. Passou a buscar a bola no meio de campo quando percebeu a dificuldade dela chegar limpa na frente. No primeiro tempo, uma arrancada desde a defesa depois de roubá-la de Hazard terminou em chute defendido por Courtois. Mas o artilheiro da Eurocopa com três gols e uma assistência ficou nisso. Sorte a sua que foi muito bem coadjuvado. Só que na quarta que vem, contra Cristiano Ronaldo, seu companheiro de ataque no Real Madrid, vai precisar se desdobrar. Ramsey foi punido com cartão amarelo e está suspenso da semifinal.
VOLTA APAGADA
O bom filho à casa tornou, mas não empolgou. De volta depois de quatro anos a Lille, de onde surgiu para o futebol mundial, Hazard teve muitas dificuldades. Muito marcado no primeiro tempo, às vezes por três, ficou isolado na ponta esquerda e não criou tantas jogadas assim. No início do segundo, porém, conseguiu um chute rente à trave, saindo da lateral para o meio. Depois do gol da virada, também fez o trajeto, mas foi até a direita, sem passar para ninguém. Tentou a tabela, mas viu a bola sair, longe de seu alcance. Após o 3 a 1, arriscou uma conclusão de longe, mas mandou nos belgas que assistiam da arquibancada. Retrato de uma seleção que murchou na dificuldade.
DUELO TÁTICO
Desfalcado na defesa, Wilmots não conseguiu remendar direito a Bélgica com Denayer e Jordan Lukaku, irmão do centroavante. O lado esquerdo ficou enfraquecido, e foi por ali que Gales conseguiu a virada. A opção por Carrasco também não deu certo. Tentou reforçar o meio de campo no intervalo, colocando Fellaini em seu lugar e ainda deu mais atenção à ponta canhota botando Mertens, Mas pouco adiantou. Do outro lado, Chris Coleman escalou outro centroavante desde o início e com ele conseguiu a virada. Depois, botou o titular de volta e selou a classificação. Simples assim.