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Conte traz orgulho italiano de volta e encerra ciclo com moral lá em cima

Respeitado e querido por jogadores e torcida, técnico se despede da Azzurra rumo ao Chelsea. Líderes, Buffon e Bonucci rasgam elogios

Foram praticamente dois anos no comando da seleção italiana de futebol, e Antonio Conte se despediu ao fim do contrato, após a eliminação para a Alemanha na Eurocopa, no último sábado - o próximo desafio do treinador será o Chelsea, da Inglaterra. Pode parecer pouco tempo, mas os 23 meses na Azzurra transformaram o ex-jogador em uma figura ainda mais respeitada e querida na Itália. Ele já tinha comandado o vitorioso Juventus entre 2011 e 2014, conquistando três títulos do Campeonato Italiano, justamente o que o credenciou para assumir a seleção.

Conte pegou uma Itália em crise após duas eliminações seguidas na primeira fase da Copa do Mundo: em 2010, com Marcelo Lippi, e em 2014, com Cesare Prandelli. É verdade que a Azzurra surpreendeu na Eurocopa de 2012, ao eliminar a mesma Alemanha na semifinal, mas na final levou uma senhora goleada de 4 a 0 da Espanha, o que deixou claro o distanciamento de seu futebol em relação ao topo da Europa. E isso não só na seleção: clubes gigantes como Inter de Milão e Milan não têm conseguido destaque no continente - só o Juventus atual, que teve grande contribuição de Conte, pode ser tratado como exceção, já que foi vice-campeão da penúltima Liga dos Campeões, perdendo a final para o Barcelona.

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Com uma geração pouco talentosa de jogadores, principalmente na parte ofensiva, e ainda com desfalques importantes dos lesionados Marchisio e Verratti, a Itália de Conte foi desacreditada pela maior parte da imprensa antes desta Eurocopa. Mas o time surpreendeu e foi muito eficiente dentro daquilo que se propôs a fazer em campo. Venceu a Bélgica e foi líder do grupo na primeira fase, despachou a atual bicampeã Espanha nas oitavas e, após fazer jogo duríssimo, só caiu para a campeã mundial Alemanha nos pênaltis. Trouxe de volta o orgulho da torcida italiana.

- Acho que os jogadores deixaram uma marca significativa neste torneio. Mostraram que, com vontade, você pode atingir algo. Com trabalho, você pode atingir coisas que poderiam não parecer possíveis - disse Antonio Conte, após a eliminação para os alemães em Bordeaux.

Discurso simples e ótima relação com os atletas

E a evolução do time italiano não começou na Euro. A Azzurra já tinha ido bem nas eliminatórias para a competição, entre o fim de 2014 e o fim de 2015, ficando invicta e em primeiro lugar no grupo que também tinha a forte Croácia. Em 10 jogos, foram sete vitórias e três empates.

- Conte é um grande treinador e estou convencido de que ele fará excelente trabalho no Chelsea. O time do Conte é forte na defesa e trabalha constantemente, dia a dia. Ele é um treinador com uma ideia muito simples. Para os jogadores, ele deixa tudo muito claro. Quer jogar sem riscos na linha defensiva para explorar as oportunidades de marcar os gols quando elas chegam - disse o goleiro e capitão Buffon, tentando explicar o sucesso do técnico.

Um dos grandes méritos de Conte foi o ótimo relacionamento com o grupo de convocados, que ele chama de família. Muitos deles, como o brasileiro naturalizado italiano Éder, foram questionados por estarem na lista, mas tiveram a confiança do treinador e retribuíram em campo. Vale lembrar que o comandante deixou fora figuras polêmicas, como Balotelli e Cassano.

- Ele tem personalidade forte, mas a relação com os jogadores é bem próxima, o que é importante para qualquer vestiário. Sempre dialoga muito com seus jogadores - contou Buffon.


				
					Conte traz orgulho italiano de volta e encerra ciclo com moral lá em cima
FOTO: Reuters

Não só os torcedores italianos, que demonstraram isso com muitos aplausos depois da queda nas quartas, mas também os jogadores estão bastante orgulhosos do que fizeram. E eles creditam grande parte desse sucesso a Antonio Conte.

- Estou muito orgulhoso de fazer parte desse ótimo grupo de jogadores. Me sinto muito satisfeito por ter vestido mais uma vez esta camisa azul e de ter sentido o entusiasmo de toda a nossa torcida. Vamos continuar o que começamos com Conte. Nos últimos dois anos, especialmente nesta Eurocopa, Conte fez a Itália voltar a ser temida - afirmou o zagueiro Bonucci.

Leonardo Bonucci, por sinal, foi um dos pilares da equipe formada por Conte. Concentrada primeiro em defender, a Azzurra teve como base o goleiro Buffon e o trio BBC na zaga - Barzagli, Bonucci e Chiellini. Os quatro jogam juntos no Juventus há vários anos e inclusive fizeram muito sucesso no clube sob o comando de Conte.

Outra virtude de Conte é a humildade. Em sua última entrevista como técnico da Itália, quando perguntado sobre qual foi sua maior conquista nesses dois anos, a resposta foi de quem não pensa somente em si em momento nenhum.

- Minha maior vitória foi ter trabalhado com esse grupo de jogadores. Com eles, com todos da comissão, de todas as áreas, pois todos foram parte dessa experiência maravilhosa. Isso me deixa muito satisfeito. Foi uma honra ter trabalhado com essas pessoas, que deram tudo delas. Foi o ponto mais especial dessa experiência. Acredito que, quando você dá tudo, ninguém pode ter nada contra você. O time deu absolutamente tudo o que tinha, e acho que as pessoas precisam apreciar isso. Eles amam o país, amam a camisa que vestem, esses são valores muito fortes.

Sem Conte, a seleção terá o experiente Giampiero Ventura como técnico a partir de agora. É um profissional mais velho, de 68 anos - Conte tem 46 -, com larga carreira à frente de clubes italianos de pequeno e médio porte. Para o novo comandante do Chelsea, a Azzurra pode, sim, continuar se destacando nos próximos anos.

- É uma geração que pode progredir. Vários dos 23 jogadores competiram em um torneio com a seleção pela primeira vez. E estou muito confiante nesse aspecto de evolução deles para o futuro da seleção. Precisamos seguir esse caminho que traçamos, e acho que a federação tomará as melhores decisões possíveis para isso - disse Conte, que, mesmo longe, estará de olho.


				
					Conte traz orgulho italiano de volta e encerra ciclo com moral lá em cima
FOTO: Reuters

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