Demorou, mas veio. Após três derrotas em finais nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o Brasil finalmente sentiu o sabor do ouro no boxe ao conquistar o título da categoria até 60kg feminina com Beatriz Ferreira. Bia, como é conhecida a atleta, derrotou a argentina Dayana Erika Sanchez por pontos (10 a 9, 10 a 9 e 10 a 9 - 30 a 27 no total), quebrando um jejum de 12 anos do país na modalidade desde o ouro de Pedro Lima na Rio 2007. Mais cedo, Hebert Conceição perdeu para o cubano Arlen López Cardona na final da categoria até 75kg, ficando com a prata. Na quinta, Jucielen Romeu (57kg) e Keno Machado (81kg) também levaram a prata ao perderem suas respectivas decisões.
- Estou muito satisfeita e feliz por cumprir a missão que a mim foi dada. Não existe luta fácil nem difícil, o que existe são combates complicados. Acho que todos os combates que eu fiz aqui foram de nível. Conquistar esse ouro é conquistar barreiras e abrir o caminho para outras mulheres. O foco é o ouro olímpico, isso aqui é só um amistoso - disse Bia Ferreira após a premiação.
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Bia derruba a rival duas vezes
Os primeiros 30 segundos de luta foram estudados. A brasileira foi quem acertou o primeiro jab, dando início a uma trocação. Após receber um golpe na orelha, Bia revidou com um cruzado, provocando Dayana Sanchez, que saiu com mais agressividade no ataque, aproveitando a sua maior envergadura nos segundos finais do round.
O segundo assalto começou com um cruzado perfeito de Beatriz Ferreira, deixando a luta franca. A um minuto do término, Bia acertou um upper, aumentando a pressão sobre a argentina, que respondeu com um cruzado de direita, deixando a decisão para o terceiro round. Nos três minutos decisivos, a brasileira levou Dayana à lona duas vezes. Nos segundos finais, coube a brasileira administrar a luta na trocação até ter confirmada a sua vitória por pontos.
Hebert faz boa luta mas é derrotado
Hebert começou a sua decisão contra Arlen López Cardona com uma postura ofensiva. Ocupando o centro do ringue, o brasileiro obrigou López e levar o confronto para o clinch. Pouco depois, o cubano passou a sair mais para o ataque, equilibrando o duelo até o fim do primeiro round. Pressionado, López voltou mais agressivo no segundo round. Aproveitando a sua envergadura, o cubano desferiu diversos golpes no brasileiro, que revidou com menos intensidade.
Ciente da desvantagem, Hebert partiu para cima no início do round 3. Só que o cubano estava bem na defesa. A partir do segundo minuto, Arlen López passou a explorar o maior desgaste do brasileiro, que já tinha marcas no rosto. A 40 segundos do fim, entrou um cruzado de López Cardona, derrubando Hebert Conceição. Após o knockdown, os árbitros não tiveram mais dúvidas em apontar o cubano como vencedor.
- Eu tive um início bom no início da luta, mas tive um atleta experiente pela frente e a vitória não veio. Sou novo, mas sou casca-grossa, tenho a minha academia em Salvador e vou para cima. Serve de aprendizado, estou no caminho certo, apesar de triste pela medalha de prata - comentou Hebert.