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"À noite, só escuto sirene de ambulância", diz Bruninho sobre quarentena

Em entrevista ao podcast Jogo em Casa, levantador campeão olímpico que defendia o Lube Civitanova conta rotina no país com mais mortos pela Covid

Aqui na Itália, espera-se que a volta à normalidade seja o mais rapidamente possível, mas percebemos que a quarentena aqui deve durar mais uns dez ou 15 dias. Não tem sido fácil. Mas a gente vai passar por essa.

No primeiro momento, todos nós que moramos em Civitanova demoramos um pouco para entender a gravidade da situação. Quando as coisas começaram a piorar no norte o primeiro-ministro [Giuseppe Conti] falou na televisão para toda a nação, e ali nos demos conta de que o negócio poderia ficar realmente feio.

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O sistema de saúde, principalmente no norte italiano, já havia entrado em colapso, e o medo era esse, de pessoas com qualquer outro tipo de problema não terem mais para onde ir. Aí aconteceu uma certa preocupação. No meio do olho do furacão, tentei deixar o pessoal, meus familiares e amigos no Brasil, tranquilos e me refugiei dentro de casa.

Eu posso sair para ir ao mercado e voltar, mas sempre de luva e máscara. Andando nas ruas você não vê mais ninguém, a mudança foi muito drástica de uma hora para a outra. À noite, eu só ouço sirene de ambulância, o que acaba sendo preocupante. Foi uma mudança drástica e que nós não sabemos como lidar nem quando que vai acabar. Tenho certeza de que é o que mais deixa a gente com uma certa ansiedade para o dia a dia.

A minha angústia era saber quando poderia voltar para o Brasil. Eu queria, né? Mas tento ser positivo. O bom de estar aqui na Itália é que não tenho contato com ninguém mesmo, nem com meus companheiros de time. Então, não tenho nenhum perigo de passar, caso tenha contraído o coronavírus ou sido um assintomático, o que poderia acontecer se estivesse no Brasil e ficasse me encontrando com familiares e amigos. Em um momento como esse, quando acontece uma tragédia dessa, você quer voltar para casa, não tem jeito. É a primeira reação. A cada reunião que os dirigentes [do campeonato italiano de vôlei] faziam eu esperava que eles encerrassem a competição e eu pudesse voltar para casa.

Os primeiros dias foram mais difíceis. Hoje, já me acostumei. Tentei criar uma rotina, porque sem isso a cabeça fica só pensando em problemas e você não consegue viver com serenidade. Sem a rotina, você fica só esperando o momento de ir embora e não aproveita o que pode fazer nesse momento, que é ler mais e fazer seus exercícios físicos em casa.

Eu tenho feito muita coisa diferente. Sempre começo fazendo alguma coisa em casa: lavo louça, limpo o chão, cozinho, coisas que eu fazia com muito menos frequência. Agora, todo dia eu faço alguma coisa. É bom para passar o tempo, para eu focar em algo diferente. Eu tenho melhorado um pouco na cozinha, já que eu era bem fraco. Digo que já consigo me virar melhor.

Depois das tarefas, faço meus exercícios físicos junto com o time por meio de um aplicativo. Pelo menos uma hora por dia, todos ficam juntos. De certa forma, essa rotina me deixa um pouco mais tranquilo e um pouco mais sereno. Porque se eu ficar o dia inteiro no sofá esperando que eles me liberem para ir embora, vai só me atrapalhar.

A minha decisão [de voltar em definitivo para o Brasil, provavelmente para atuar pelo Taubaté] não tem a ver com a pandemia, porque já tinha sido tomada. Meu contrato aqui se encerra no dia 30 de maio, então profissionalmente eu ainda tenho esse período a cumprir. Todo mundo vai sofrer e a gente vai ter que se adaptar a esse momento pós-coronavírus.

*Bruninho, capitão da seleção masculina de vôlei, em depoimento ao podcast Jogo em Casa

*Na quarta-feira, Bruninho publicou em sua conta no Instagram uma carta de despedida do Lube Civitanova, depois que os organizadores do Campeonato Italiano decidiram cancelar a edição desta temporada

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