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Indígenas de Feira Grande denunciam discriminação étnico-racial durante campeonato

Competição é realizada com o apoio da Prefeitura de Feira Grande, interior de Alagoas

O campeonato de futebol realizado com o apoio da Prefeitura de Feira Grande, interior de Alagoas, que deveria promover o esporte e integrar os moradores da comunidade, acabou com uma denúncia de discriminação étnico-racial. A denúncia foi feita por lideranças da tribo Tingui Botó ao Ministério Público Federal - Procuradoria da República em Arapiraca.

De acordo com a denúncia, o SC Internacional, time que os representa, foi prejudicado após uma quebra de acordo firmado com os organizadores da competição. Isso porque, por conta das tradições culturais e religiosas, o time não pode jogar nos momentos de recolhimento. Sendo assim, os jogos que coincidirem com as datas tradicionais seriam automaticamente remarcados.

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"Isso foi respeitado até um certo momento da competição. Mas, na última rodada da semifinal, eles marcaram em um momento que não poderíamos participar e o time foi automaticamente desclassificado. Por isso, estamos denunciado discriminação racial, por eles não respeitarem nossa cultura", relatou o cineasta, escritor e escritor Marcelo Tingui.

Ele conta que não é a primeira vez que a tribo Tingui Botó sofre preconceito. São vários os casos de situações no ambiente escolar e, até mesmo numa publicação literária que, ao invés de reconhecê-los como índios, o descreveram como remanescentes de Quilombolas. Além disso, em outra oportunidade, até memes para internet com discriminação e gozação já foram divulgados.

Indígenas fazem parte do time SC Internacional
Indígenas fazem parte do time SC Internacional | Foto: Divulgação/Cortesia

Descumprimento

Conforme detalhes da denúncia, o SC Internacional disputou os jogos de classificação normalmente até o início do mês abril. Em maio a competição entrou na fase semifinal, sendo que o primeiro jogo ocorreu no dia 1º, na comunidade Olho d'Água, e foi vencido pelo time indígena, por 1 a 0. Na data prevista para a partida de volta, marcada para o dia 8 de maio, em terras indígenas, um dos atletas da equipe adversária estava lesionado e, em comum acordo, a partida foi adiada. 

No ofício encaminhado pela equipe, a partida só poderia ocorrer após o período de 9 a 14 de maio, mas nesses dias os atletas do SC Internacional estariam impedidos, por questões ligadas às suas tradições, de disputar o jogo. A data escolhida, então, foi 15 de maio, no último domingo, em um campo neutro, no caso o Estádio Municipal. 

Mas, segundo Marcelo Tingui, no dia em que a partida seria realizada para apontar um dos finalistas, os organizadores ligados à Secretaria de Esporte de Feira Grande informaram à arbitragem que o SC Internacional teria desistido do jogo e que a partida seria decidida por WO, mesmo com os atletas presentes ao local.

Time indígena durante campeonato de futebol em Feira Grande
Time indígena durante campeonato de futebol em Feira Grande | Foto: Divulgação/Cortesia

O clima ficou tenso, as lideranças orientaram os atletas a não reagirem e questionarem a atitude posteriormente. Em seguida, a arbitragem procedeu com apenas a equipe adversária marcando gol, após o apito, para confirmar o suposto abandono.

A reportagem da Gazetaweb procurou a Prefeitura de Feira Grande, mas nos contatos com o prefeito da cidade, Flávio Apóstolo, não obteve êxito.

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