O fim do estrelado PSG de Neymar, Mbappé e Messi tirou Paris dos holofotes do futebol, ao menos em termos continentais. Porém, sem o trio de craques, o time francês encontrou um jogador disposto a mostrar que merece o status de estrela: Ousmane Dembélé. Ele chegou ao clube em 2023 sem grande impacto, mas os 15 gols em oito jogos em um avassalador início de 2025 dão destaque ao atacante antes do jogo de volta contra o Brest, pelos playoffs da Champions League, às 17h desta quarta-feira. O ge acompanha a partida em tempo real.
Com 23 gols marcados em 28 jogos e dois hat-tricks consecutivos — contra o Stuttgart, na Champions League, e diante do Brest, no Campeonato Francês — Dembélé enfim se tornou a grande referência ofensiva da equipe parisiense. Aos 27 anos, o camisa 10 parece ter encontrado sua melhor forma.
Leia também
Imparável, Dembélé vive boa fase no PSG. Com 15 gols em apenas oito jogos em 2025, ele entrou para um seleto grupo de artilheiros do clube. Apenas Neymar (118 gols), Carlos Bianchi (71 gols) e Kylian Mbappé, maior goleador da história do PSG (256 gols), conseguiram marcar em oito partidas consecutivas anteriormente.
No início da Liga dos Campeões, porém, a temporada parecia tomar outro rumo. O camisa 10 viveu momentos turbulentos e chegou a ser cortado em partida contra o Arsenal, na segunda rodada, devido a uma discussão com Luis Enrique. O PSG perdeu por 2 a 0, e Dembélé parecia caminhar para mais um ano discreto e marcado por atritos. No entanto, o jogador se tornou agora peça fundamental na equipe.
O declínio e a ascensão
Dembélé percorreu um longo caminho até alcançar o nível técnico atual. Sua carreira teve altos e baixos desde o início. Após se destacar no Rennes, time da primeira divisão do futebol francês, o atacante foi contratado pelo Borussia Dortmund como uma grande promessa. Apesar de um começo promissor, sua passagem pela Alemanha foi breve: disputou apenas 41 partidas antes de ser vendido ao Barcelona, em 2017, para substituir Neymar e compor o ataque ao lado de Messi e Suárez.
No clube espanhol, as 13 lesões que sofreu ao longo de sua passagem o impediram de ter uma sequência regular e se firmar na equipe. Em seis temporadas, disputou 185 partidas, mas ficou fora de 100 devido aos problemas físicos. Apesar das constantes ausências, o ex-técnico do Barça, Xavi, confiava no talento do atacante francês e queria mantê-lo no elenco, apostando em seu potencial para se tornar peça-chave no time.
— Dembélé tem potencial para ser o melhor do mundo. É fundamental para mim — declarou Xavi.
Ainda assim, o jogador pediu para sair e o clube acatou sua vontade, alegando que precisava de receitas para se adequar ao Fair Play Financeiro de LaLiga e poder inscrever novas contratações.
No PSG, a adaptação também não foi imediata. Em sua primeira temporada, 2023/24, Dembélé disputou 42 partidas, marcou apenas seis gols e deu 12 assistências. Números modestos, principalmente quando comparados aos de seus antecessores. Neymar, em sua primeira temporada em Paris, em 2017/18, somou 30 jogos, 28 gols e 16 assistências, enquanto Mbappé, no mesmo período, registrou 43 jogos, 39 gols e 17 assistências.
Os números mostram que esta já é a melhor temporada do atacante.
A temporada de 2024/25 já marca uma mudança significativa em seu rendimento, com números mais expressivos e uma maior participação nas jogadas ofensivas do time. Além dos gols e assistências, sua movimentação e adaptação a um novo papel tático indicam um jogador em evolução e em seu melhor momento.
Novo posicionamento no PSG
Agora, sem as grandes estrelas do passado, Dembélé assumiu um papel essencial na equipe. Antes atuando como ponta, ele agora joga mais centralizado, como um falso nove. Essa mudança tática potencializou suas qualidades, tornando-o um atacante mais letal e imprevisível. Sua movimentação sem bola e sua capacidade de drible continuam sendo seus pontos fortes, mas, desta vez, sem desperdiçar uma finalização.
— Estou me sentindo bem na posição de número nove e meu trabalho é marcar gols. Eu costumava jogar no lado direito do meio-campo, colado na linha, o que dificultava marcar gols. Eu tinha que driblar três ou quatro jogadores para conseguir um chute a gol. Agora só tem um, ou eu já estou livre para apenas mandar a bola para o fundo da rede — disse Dembélé.
O PSG aposta no talento do seu camisa 10 para alcançar um feito inédito: conquistar a Liga dos Campeões. Desde o vice-campeonato em 2020, com Neymar e Mbappé no ataque, o time busca incessantemente o troféu europeu. Com um elenco jovem e talentoso, o clube francês se reinventou e apresenta um futebol envolvente.
App Gazeta
Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos
