Em 9 de setembro do ano passado, João Fonseca ganhava o US Open juvenil, tornava-se número 1 no ranking para a idade e ganhava os holofotes do Brasil e do mundo. As expectativas criadas um pouco mais de um ano atrás estão se confirmando, os elogios de tenistas profissionais não cessam e João Fonseca vai ser o mais jovem da equipe do Brasil no Grupo Mundial da Copa Davis, a partir desta quarta-feira. Uma ascensão que surpreende até mesmo a joia brasileira.
- Na minha vida tudo aconteceu muito rápido. Um ano atrás eu realmente era juvenil. Estava ganhando o US Open e partindo para torneios na América do Sul. É simplesmente chocante o tanto que evoluí, tanto como jogador quanto pessoa. Ano passado eu estava aqui, mas como sparring. Agora estou aqui estou como jogador. E é muito legal essa evolução. Estar junto com a equipe e jogar representando o Brasil é completamente diferente – afirma João Fonseca ao ge.
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João Fonseca alcançou nesta semana o seu melhor ranking na ATP, como 158 do mundo. Sem Thiago Wild, que não foi convocado pelo capitão Jaime Oncins, o tenista carioca é o segundo melhor brasileiro na disputa, pois ultrapassou Felipe Meligeni na última atualização da lista e fica atrás apenas de Thiago Monteiro. Evolução que vem graças às vitórias e o primeiro título de um torneio Challenger da carreira como profissional, em Lexington, nos Estados Unidos, em agosto. Hoje, João Fonseca é o melhor tenista do ranking da ATP com menos de 18 anos.
- Tento pensar no presente, torneio a torneio, minhas rotinas, o dia a dia. Fiz um 2024 muito bom, evoluindo bastante. Não só no ranking mas evoluindo o jogo, maturidade. Então estou contente por isso e quero seguir assim para 2025, evoluindo no ranking, jogando torneios maiores – disse Fonseca, que caiu na terceira rodada do qualificatório do US Open, semana passada.
Fonseca segue alguns passos do atual número 1 do mundo, o italiano Jannik Sinner, campeão do US Open no último domingo. Há cinco anos, em 2019, o italiano também ganhou o mesmo título que o brasileiro em Lexington. O encontro entre eles na Davis, porém, não vai acontecer em Bolonha. O italiano número 1 do mundo não vai defender o país nesta fase da competição. Os italianos são os atuais campeões do torneio.
Sinner também não disputou os Jogos Olímpicos de Paris, mês passado. Alegou problemas de saúde e se retirou da competição que foi disputada em Roland Garros. João Fonseca ainda não tinha ranking suficiente para as Olimpíadas deste ano, mas afirma que disputar os Jogos de Los Angeles em 2028 está entre os seus sonhos.
- Eu acompanhei as Olimpíadas de 2016 no Rio. Eu adoro esporte, minha família adora esporte, então a gente assistia a todos os esportes das Olimpíadas do Rio. Olimpíadas lá em casa a gente passa o dia na frente da televisão. Acabou que esse ano eu estava em torneio e não consegui acompanhar tanto quanto gostaria. Mas, com certeza, é um sonho. Representar o Brasil é algo sensacional, ainda mais nas Olimpíadas. Aqui na Copa Davis representar o Brasil vou dar meu melhor junto com a equipe e com certeza vou trabalhar para estar nas Olimpíadas de 2028 – afirma João Fonseca.
CONFRONTOS DO BRASIL NA DAVIS
O Brasil joga pela primeira vez, no novo formato, criado em 2019, a fase de grupos da Copa Davis nesta semana. São 16 países distribuídos em quatro grupos jogando pelas oito vagas na fase final da maior competições entre seleções do tênis. Os tenistas brasileiros estão no Grupo A, disputado em Bolonha, na Itália, e estreiam nesta quarta-feira, contra os donos da casa. São dois jogos de simples e um de duplas, no mesmo dia. Na quinta, o Brasil pega a Holanda e no sábado joga contra a Bélgica. O time brasileiro tem Thiago Monteiro, número 76 do ranking ATP, João Fonseca (#158), Felipe Meligeni (#165) e os duplistas Rafael Matos (35° no ranking de duplas da ATP) e Marcelo Melo (#37).
Nesta quarta-feira, os brasileiros enfrentam a Itália de Luciano Darderi (#41), Matteo Berrettini (#43), Andrea Vavassori (número 9 o ranking de duplas) e Simone Bolelli (#10). Já na quinta-feira, o Brasil encara a seleção holandesa, que conta com Tallon Griekspoor (#39), Botic van de Zandschulp (#68), além dos duplistas Wesley Koolhof (#16) e Robin Haase (#63). Já a Bélgica será a rival de sábado e tem Zizou Bergs (#72), Joris De Loore (#214) Sander Gille (32 do ranking de duplas) e Joran Vliegen (#32).
CAMINHO ATÉ O GRUPO MUNDIAL
Esta é a primeira vez que o Brasil disputa a fase de grupos da Copa Davis. O caminho até o feito inédito iniciou em fevereiro de 2023, quando a equipe venceu a China, por 4 a 0, pelos playoffs do Grupo Mundial l. Depois foi a vez de bater a Dinamarca, por 3 a 1, com vitória de Thiago Monteiro sobre o então número 4 do mundo, Holger Rune, no país escandinavo.
Já neste ano, os tenistas brasileiros selaram a vaga para a atual contra a Suécia, por 3 a 1, com duas vitórias de Monteiro, além de uma nas duplas, com Rafael Matos e Felipe Meligeni.
VEJA OS GRUPOS DA FASE FINAL DA DAVIS
- Grupo A (em Bolonha): Itália, Holanda, Bélgica e Brasil
- Grupo B (em Valência): Austrália, República Tcheca, França e Espanha
- Grupo C (em Zhuhai, na China): Alemanha, Estados Unidos, Eslováquia e Chile
- Grupo D (em Manchester): Canadá, Finlândia, Grã-Bretanha e Argentina