Brasil, Brasil, quem te viu e quem te vê. É o que dá vontade de dizer quando se vê o Brasil a jogar hoje em dia. Era uma seleção temida por todos, e apesar de ainda o ser, já não é tanto e prova disso são os últimos resultados. A eliminatória para a Copa do Mundo não está fácil e esta última derrota contra o Paraguai veio provar isso.
O quão escandaloso seria uma copa sem o Brasil? Muito escandaloso, mas só os próximos jogos ditarão se tal acontecerá. Venha daí enquanto exploramos o que está a motivar esta crise, de que forma a falta do Neymar poderá ser uma das razões e a situação atual e futura. As casas de apostas com bônus não avizinham um futuro muito sorridente, mas com a chegada de algumas vitórias tudo é possível. Só depende dos jogadores.
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Uma equipa sem rumo e em plena crise
O selecionador brasileiro Dorival Júnior está sob imensa pressão. Desde que assumiu o cargo, não conseguiu estabilizar uma equipa que parece perdida em campo. Nos dez jogos que treinou, as críticas não pararam de se acumular. Frente ao Paraguai, a equipa apresentou um dos seus piores desempenhos, principalmente no primeiro tempo. O próprio Dorival reconheceu que foram os “45 minutos mais fracos” desde que assumiu o comando da selecção nacional.
O golo paraguaio surgiu cedo, cortesia de Diego Gómez, e apesar dos esforços do Brasil para alterar o marcador, não conseguiu reverter a situação. Apesar de ter um ataque promissor, formado por estrelas como Vinicius Junior, Rodrygo Goes e o jovem prodígio Endrick, o Brasil não conseguiu furar a defesa paraguaia.
A falta de Neymar e a desordem tática
Um dos principais problemas que o Brasil enfrenta é a ausência prolongada de Neymar, o jogador mais talentoso da sua geração. Depois de ter sofrido uma grave lesão no joelho, a expectativa é que Neymar só possa voltar aos relvados em 2025. A sua ausência deixou uma lacuna difícil de preencher. Os adeptos brasileiros, das bancadas, não param de exigir o seu regresso, cientes de que a equipa não encontrou ninguém capaz de assumir o seu papel de líder em campo.
Enquanto isso, jogadores como Vinicius tentaram defender a equipa. Após a derrota com o Paraguai, o extremo do Real Madrid pediu desculpa aos adeptos: “Peço desculpa ao torto, que está sempre do nosso lado. No entanto, o seu reconhecimento da situação não foi suficiente para apaziguar as críticas.
Além da ausência de Neymar, o Brasil sofre de falta de coesão tática. As constantes alterações na constituição da equipa e as decisões táticas inconsistentes de Dorival Júnior fizeram com que a equipa não conseguisse encontrar a sua identidade.
Os comentadores desportivos brasileiros têm salientado que falta criatividade e organização à equipa, dois aspetos essenciais para uma equipa que pretende competir ao mais alto nível. Um exemplo claro disso é a falta de um esquema fixo: num dia joga-se com um médio organizador, no outro opta-se por um falso nove. Estas idas e vindas geraram confusão e falta de confiança no plantel.
A agonia da classificação
O Brasil venceu apenas um dos últimos cinco jogos da qualificação, uma sequência alarmante para uma seleção que historicamente dominou a fase de qualificação na América do Sul. Após a derrota com o Paraguai, o Brasil caiu para a quinta posição da tabela, empatado a 10 pontos com a Venezuela, que ocupa a sexta posição. Este é um cenário preocupante, pois apenas as seis primeiras seleções conseguirão passagem direta para o Mundial, enquanto a sétima terá de disputar um play-off.
Ainda há tempo. Mas não é muito. E a pressão não ajuda. A pentacampeã do mundo nunca falhou um mundial, será agora? O quão desgostoso seria para o povo brasileiro... As ruas do Brasil respiram futebol e ficar fora da competição seria trágico.
O problema da exportação de talento
O facto de os jogadores brasileiros jogarem fora e cada um na sua equipa poderá motivar estas más exibições? Olhando para Portugal quando ganhou o Europeu, muitos jogadores jogavam no Sporting e isso faz com que estejam mais entrosados na seleção. A Alemanha também mostra isso. As suas grandes vitórias estão associadas ao facto de muitos jogadores jogarem juntos no Bayern. O Brasil, hoje em dia, não tem isso. Talvez o facto de Vinicius e Endrick jogarem agora juntos no Real vai ajudar?
O que podemos esperar do futuro? É incerto, mas uma copa sem Brasil não é copa. Os próximos jogos contra a Argentina e a Colômbia vão ser decisivos e não há margem para erros. Queremos ver as jovens estrelas a mostrarem que são jovens, mas têm mentalidade e raça para vencer. Todo mundo quer ver o Brasil na copa em 2026 e não haveria maior desgosto que ver o Brasil ser eliminado.
*Com Assessoria