Começar uma corrida quilômetros atrás da pista. É assim que o vice-campeão da fórmula Vee Junior, o alagoano Elisio Netto, percebe os constantes obstáculos na disputa pelo automobilismo brasileiro em decorrência da falta de recursos. O piloto, que nasceu em Arapiraca, mas vive, hoje, no município de Belém, em Alagoas, se vê impelido a desistir do sonho e apela para que poderes públicos ou privados se aproximem com possibilidade de apoio.
No que diz respeito ao interesse pela pista de kart, pode-se dizer que Elisio começou bem adiantado. "Quando eu tinha de três a seis anos, não gostava de andar a cavalo ou jogar bola, como os outros meninos , apesar de viver aqui em um sítio. Gostava de velocípedes e de brincar com carro. Gostava tanto que ficava assistindo com meu pai, de madrugada, as corridas. Foi, então, que, aos oito anos, conversei com meu pai e disse que queria ser piloto de corrida", relata.
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Abraçando a causa imediatamente, o funcionário público Francisco Elisberto passou a motivar o filho e utilizar todos os recursos possíveis para financiar o material necessário para o jovem. "Ele me colocou em um kart amador que tinha na praça Ceci Cunha, em Arapiraca. Dois anos depois, quando o cartódromo fechou, fomos correr em outro que tinha em Maceió. Um ano depois, quando ele viu que eu tinha 'jeito', me colocou em um Kart profissional, mas era em Sergipe", explica.

A adaptação foi fácil ao automobilismo profissional, segundo Elísio. O que complicava era a situação financeira e a falta de estrutura para manter os treinamentos.'Meu carro tinha apelido de 'cartossauro', porque era muito antigo. Era 2014 e, enquanto os outros pilotos tinham o carro do ano, eu tinha de 2000, 20001. Não tinha como batalhar assim e sempre ficava em último lugar", conta.
