"Precisamos ter muito cuidado nessa última partida. Se olhar em qualquer site de estatística de futebol, quem está com 0% de chances de rebaixamento é do Brasil de Pelotas para cima". O discurso cauteloso é do técnico Roberto Fernandes, o último da delegação regatiana que concedeu entrevista antes da decisão contra o Figueirense, no sábado (24), às 16h (horário local), no Estádio Rei Pelé, em Maceió.
Realmente, o comandante regatiano tem razão. Depois da 37ª rodada, segundo o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a chance de rebaixamento do Paysandu (17º) é de 76,6%; Criciúma (16º) vem logo depois com 14%; segue a lista com o Oeste, na 15º posição, com 7,9%; na sequência vem o Galo (14º), "esbanjando" 1,3%; o Figueira, com apenas 0,12%, não está totalmente livre de figurar a Série C da próxima temporada. Nem mesmo o São bento (12º) se livrou matematicamente, mas tem somente 0.002% de risco de queda.
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Para quem luta contra o rebaixamento, a última rodada pode aguardar algumas surpresas e o comandante regatiano reafirma essa possibilidade, mesmo que alguns times precisem de várias combinações de resultados para chegar ao descenso.
"Eu não vejo nenhuma combinação de resultados absurda. Não existe diferença nenhuma do jogo contra o Londrina para este contra o Figueira. Precisamos de 100% de atenção é jogo difícil, tem jogadores com qualidade. Um primeiro passo para quebrar a cara é achar que terminou uma tarefa sem antes ter acabado com ela. Está muito próximo, mas a guerra ainda não acabou.Temos uma batalha e ela se chama Figueirense", colocou Fernandes.
Questionado sobre o extra-campo, ou seja, as famosas malas brancas e pretas, Roberto não se esquivou e acredita, sim, em um provável incentivo financeiro vindo de outras equipes a favor do Figueirense.
"É uma hipocrisia desgraçada dizer que não existe extra-campo nessa reta final da competição. Não tenho dúvida que possa haver incentivo para o Figueirense nos vencer, mas eu tenho falado para os atletas que mais do que o provável incentivo que tenham, o time catarinense também luta para não cair de divisão", alertou.
O CRB vem de uma vitória que nem todos acreditavam, superando o Londrina, por 2x1, postulante ao acesso e invicto há 11 rodadas. Quando a isso, o treinador pontuou também o que houve de especial que fez a equipe conseguir os três pontos.
"Pelo lado técnico, a versatilidade do Willians foi fantástica. Atuou de falso nove e marcou os dois gols que nos deu a vitória. Agora, a entrega do grupo foi fantástica. Quando o juiz deu o último assopro no apito, vários jogadores desabaram em campo e não foi para fazer cena para vídeo motivacional, foi porque estavam exaustos, deram até a última gota de suor por aquela vitória que nos foi fundamental".
Para Roberto Fernandes, contra o Figueirense pode se caracterizar em uma frase: missão cumprida! O treinador foi contratado para livrar o Regatas faltando 11 jogos para o fim da Segundona e vem conseguindo, até então, concluir o trabalho que lhe fora atribuído.
O treinador já liderou 10 partidas desde a sua chegada, a estreia foi na 28ª rodada contra o Coritiba, que terminou empatada em 1x1. Desde então, foram quatro vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, alcançando um aproveitamento de 53,33%.
"Entre a primeira impressão e a última que o torcedor tinha da equipe, mudou bastante desde a minha chegada. Muitos jogadores cresceram de produção, mudaram seu comprometimento com o CRB, não somente por mim, mas porque entenderam que não poderia deixar o CRB numa divisão abaixo da que pegaram. Faltando uma rodada, eu esperava a gente já ter resolvido essa questão. Não foi por falta de trabalho e dedicação, porém, podemos concluir a missão diante do nosso torcedor, nesse último jogo do time profissional na temporada", concluiu.