Alagoas vai estar ligada na televisão na tarde deste sábado (7). A partir das 17 horas (no horário de Brasília), o alagoano Felipe dos Santos, o Lipe Detona, volta ao octógono para encarar uma batalha na categoria peso-mosca, contra o paulista André Mascote, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
O alagoano está partindo para a sua terceira luta no UFC e tudo isso após passar por percalços e dificuldades ao longo de sua caminhada.
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Crescendo em meio a obstáculos pela falta de oportunidade dentro do esporte, Lipe precisou batalhar não apenas nos tatames, mas também em sua vida pessoal.
Em entrevista exclusiva à Gazetaweb, o lutador fez revelações de tudo o que passou durante a sua jornada. Com 23 aninhos, ele lutou para estar onde está. Inclusive, já acumula uma vitória em duas lutas no evento.
"Na minha vida, enquanto ninguém estava me vendo, eu estava trabalhando. Sou de uma comunidade, na parte alta de Maceió, onde 50% ali é o crime. Tinha tudo para me envolver com a galera, mas o esporte salvou minha vida. Desde quando eu tive a oportunidade, na capoeira. Graças a isso, mudei minha vida e minha realidade. Sair de uma comunidade e estar no maior evento do mundo, significa demais para mim. Ser o primeiro alagoano no UFC, representar Alagoas é minha maior motivação diária", pontuou o lutador.
Lipe fez a sua estreia no UFC em uma derrota apertada para Manel Kape. Contudo, se recuperou em seu último combate, derrotando o mexicano Victor Altamirano.
De lá para cá, muitos treinos e muita dedicação, mas jamais esquecendo das suas origens. Inspirado pela mãe e pelo tio, Felipe chegou a ser borracheiro e até mesmo vendeu lanches pela capital alagoana, antes de calçar as luvas.
"Tive muitas dificuldades, mas tive Deus e pessoas maravilhosas do meu lado, que me fizeram chegar onde estou chegando. Sou filho de mãe solteira, que criou dois filhos praticamente sozinha. Minha maior dificuldade foi financeira. Tive que trabalhar desde os meus 10 anos. Trabalhei em uma oficina de bicicleta, vendia lanche, suco com sanduíche, junto com meu tio. Tudo isso me transformou como ser humano. As dificuldades não foram o fim, foram o início da minha história", completou.
Lipe Detona é o primeiro alagoano da história do UFC. Mesmo com a juventude, ele já faz parte do sonho de jovens do Estado que sonham, algum dia, estar no mundo as artes marciais mistas. E a determinação é a palavra chave para o lutador.
"Representar é uma coisa natural. Sei o quanto grande posso ser e o quanto posso representar nosso Estado. Principalmente as crianças. Sou um cara que vem de uma comunidade perigosa, achava distantes meus sonhos. Hoje posso mostrar para a criançada que é possível. É grande isso, é importante para elas. Me sinto feliz, quero continuar mostrando minha determinação. Meu objetivo é inspirar mais pessoas".
Curiosamente, Lipe estará fazendo aniversário no próximo dia 11 de setembro, quarta-feira. Ou seja, uma vitória neste sábado (7) pode ser um presente e tanto para o alagoano. Inclusive, a confiança está no alto.
"Vou fazer aniversário no dia 11. Minhas expectativas são as melhores para lutar. Estou bem, tranquilo, feliz. O desafio é grande pela frente. Assim que estreei no UFC foi uma pedreira. Eu consegui me encontrar, saber do meu potencial. Fizemos um ótimo trabalho. Estou muito feliz por tudo, tudo acontecendo rápido. Estou pronto para a segunda vitória no UFC".
DE ONDE VEM O "DETONA"?
O apelido de Felipe dos Santos está na boca do povo. Mas muitos perguntam de onde vem o tal "Detona". Apesar de possuir um currículo recheado de vitórias, o alter-ego veio de muito tempo atrás, de quando Lipe ainda andava com os amigos pela capital alagoana.
"Eu sempre me vi grande, gigante. Certo dia eu estava na calçada, com um amigo meu. A gente estava escolhendo uns nomes. Eu era muito magrinho e quando eu comecei a lutar eu pensei que precisava de um nome que assustasse. E aí surgiu, através de uma marca de roupa, e eu disse: vai ser Detona. E ficou estourado na cidade. Pegou [risos]".
Apesar da distância para Alagoas, em Las Vegas, Lipe buscará aumentar seu cartel no MMA.
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