Prestes a completar um ano, a tragédia envolvendo o avião da LaMia, que transportava a delegação da Chapecoense para a Colômbia, ainda é lembrada, com imenso pesar, pelo pai do meio-campista alagoano Arthur Maia. Nesta segunda-feira (27), em entrevista à Rádio Gazeta, ele revelou como tem lidado com a ausência do filho, abrindo o coração e recordando momentos felizes ao lado de Arthur.
- De um dia para o outro, minha vida mudou completamente. O Arthur e eu éramos muito unidos. A gente se falava constantemente, seja por mensagem ou ligação. Às vezes, inclusive, pego-me imaginando que ele vai chegar a qualquer momento em casa. Isso dói bastante. Mas prefiro trocar a tristeza pela saudade porque sei que ele está ao lado de Deus.
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E diante de tamanha perda, Roberto conta que precisa manter-se firme para continuar seguindo em frente. Afinal, é tido como um dos alicerces da família, a quem segue dispensando total apoioa.
- A gente vai vivendo um dia após o outro, mas é muito difícil. Acredito que a minha fé é o que me faz seguir dando forças para a minha esposa e minha mãe, que ficaram muito abaladas. Apesar de ter perdido meu filho, não posso desabar.
No último dia 11 novembro, Roberto e demais familiares das 71 vítimas do acidente participaram de uma homenagem em Chapecó, onde foi realizado um culto ecumênico em memória aos jogadores. Na oportunidade, Roberto recebeu do governo federal as medalhas do mérito esportivo e a cruz do mérito esportivo, as maiores honrarias concedidas pela Presidência da República.
Questionado sobre o amparo do clube catarinense, o pai de Arthur Maia diz não ter do que reclamar.
- A Chapecoense foi correta durante todo esse tempo, cumprindo com tudo o que foi acordado. Para mim, a única coisa que nunca vou conseguir entender é a razão pela qual a Chape contratou uma empresa aérea tão irresponsável, quando poderia ter utilizado alguma nacional.
Ainda sobre a LaMia, Roberto afirma que ainda não recebeu a indenização por parte da empresa aérea.
- Ainda não recebemos. Mas há uma associação em Chapecó que está trabalhando, junto com os advogados das famílias, para tentar resolver a situação do seguro com a empresa. Acredito que, em breve, esta questão será resolvida.
E apesar de dizer que o melhor momento da carreira do filho foi quando defendeu as cores do América de Natal, em 2014, Roberto lembra com carinho de um lance marcante de Arthur com a camisa do Flamengo, em 2015.
- Como eu sou flamenguista, nunca vou esquecer o gol dele diante do Barra Mansa, pelo Campeonato Carioca. Eu estava no Maracanã, assistindo ao jogo acompanhado da minha filha e, mesmo ele sendo baixinho, conseguiu marcar um gol de cabeça. Fiquei louco na arquibancada. Ao final da partida, saí correndo para abraçá-lo. Foi um dia inesquecível.
Na mesma entrevista, Roberto falou sobre a homenagem feita pelo zagueiro do América-MG, Rafael Lima, às famílias das vítimas do acidente aéreo após marcar o gol que deu o título da Série B ao Coelho, no último sábado (25), em Belo Horizonte. Rafael fazia parte do elenco da Chapecoense em 2016 e só não embarcou para a Colômbia porque estava lesionado
- O Rafael é um menino maravilhoso. São coisas de Deus. Ele não foi relacionado para aquele jogo e, felizmente, está vivo. O gesto que ele teve no sábado me deixou emocionado. Eu me senti abraçado. Não poderia esperar outra coisa dele.
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