“É só saudade, né? Saudade de ver o time em campo mesmo, porque a emoção de estádio é outra coisa”, disse Lucas Mendes, mineiro radicado em Maceió, torcedor apaixonado do Atlético-MG e presidente do AlaGalo.
Galo e Botafogo fazem a final da Copa Libertadores da América deste ano, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, às 17h deste sábado (30). Em Maceió, a quase 4.500km da capital argentina, torcedores fanáticos dos dois clubes se reúnem em bares para bradar as bandeiras alvinegras.
Leia também
Lucas conta como o amor pelo Atlético-MG aproxima e cria laços afetivos. “É mais do que um consulado, é uma família. O Jairão, por exemplo, que está aqui comigo, é meu ‘amigo-irmão’, a gente se encontra duas vezes na semana. A gente tem um grupo mais seleto, de mineiros atleticanos. Nos conhecemos pelo consulado”, disse.
O AlaGalo, único consulado do Atlético-MG em Alagoas, foi fundado em 2017 e já teve diversos pontos de encontro. O Barricas, o Pedra Virada e o Sabor Mineiro já foram alguns dos locais que receberam as reuniões dos mineiros, mas hoje o destino é o Bar Buenos Aires, na Jatiúca, e que, curiosamente, leva o nome da cidade que vai receber a final da Libertadores. O consulado mineiro em Alagoas já viveu ótimos momentos na Avenida Amélia Rosa.
“Um momento especial foi o Campeonato Brasileiro de 2021. O jogo do título, Galo e Bahia, que a gente tomou 2 a 0 e virou em 5 minutos. Só tinha uma televisão lá dentro e tinham cerca de 100 pessoas, estava abarrotado. Meu aniversário era no dia seguinte e a gente virou a noite aqui no consulado, tocou banda. Foi muito especial!”, contou Lucas.
Mesmo com o time fora das melhores fases, quem cantou “Eu acredito” em 2013, ano do primeiro e único título da Libertadores do Atlético, segue cantando em 2024. “A gente sempre acredita. É o Galo. Brasileiro é Brasileiro, Copa do Brasil é Copa do Brasil, Libertadores é Libertadores. Libertadores é outra coisa, o brio do time é outro, da torcida é outra, a vontade é outra, é jogo único. Claro que o favorito é o Botafogo. Pelo futebol jogado, está jogando muita bola e o Galo não está jogando nada. Mas a expectativa é lá no alto, a gente vai ser campeão da Libertadores. A gente sempre acredita”.
Do lado botafoguense, quem reúne os torcedores do Glorioso é a Confraria do Botafogo Maceió. Outros locais, como o Restaurante Nalu e o próprio Sabor Mineiro, também já foram pontos de encontro dos botafoguenses em Maceió, mas hoje é o Bar do Cação que recebe os torcedores da equipe carioca.
Também na Jatiúca, o bar fica apenas a 500m do Buenos Aires e, em dia de jogo, ostenta uma clássica bandeira da confraria, que homenageia os ídolos alvinegros Garrincha e Nilton Santos.
Para Gabriel Azevedo, botafoguense de Niterói-RJ, acompanhar os jogos na confraria é mais do que só se reunir para ver o jogo. O torcedor mencionou a falta que faz ver o Fogão de perto.
“Minha primeira memória de criança é no estádio, assistindo a um jogo do Botafogo com meu pai e meu irmão. Desde quando o Botafogo jogava no Caio Martins, em Niterói, eu sempre frequentei o estádio. Então, estar ali pertinho, indo a jogos, faz muita falta. Mas, com o tempo, conheci muitos botafoguenses por aqui, bem mais do que imaginava que teriam em Maceió. Ter esses bares voltados só para o Bota, onde a galera se organiza e torce junto, ajuda a amenizar a sensação de estar longe. Sinto-me em casa”.
O Botafogo é um clube que não tem o melhor dos históricos em finais, mas, mesmo assim, se mostra como favorito ao título, apesar de alguns torcedores estarem desconfiados. “Para o botafoguense, quanto mais fatores contam a nosso favor, mais desconfiados ficamos. Na bola, temos vantagem e isso me deixa confiante. Mas se tratando de uma final, jogo único, tudo pode acontecer”, disse Gabriel, falando sobre o tamanho da importância deste dia 30 para ele. “É o dia mais importante da minha vida. Não sei como estarei neste dia, provavelmente atormentado. Mas quero desfrutar deste momento também, ao lado da família e dos amigos”, concluiu.
* Sob supervisão da Editoria