Francisco Hyun Sol-Him, ou apenas Chico, leva com ele a cultura de três países. Filho de pais sul-coreanos, ele nasceu no Brasil e viveu no Paraguai até os 17 anos antes de mudar para o Brasil. O meia, destaque do CRB nessa Série B, tem uma história que mistura a língua e a cultura de diferentes lugares, mas com uma certeza. O amor pelo futebol.
O camisa 10, filho de imigrantes sul-coreanos que vieram morar no Paraguai nos anos 90 para fugir dos problemas econômicos do país, conversou com a reportagem daGazetawebpara falar de sua trajetória no esporte até sua chegada ao Galo.
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O paraguaio, brasileiro e sul-coreano nasceu em Cascavel-PR. Segundo ele, por sua mãe acreditar que a cidadania no país do futebol seria melhor para o seu futuro. Algo, que segundo ele, fez bem para sua carreira.
"Minha mãe achava que seria melhor nascer no Brasil, porque era um país forte economicamente e poderia abrir portas no futuro. Eu e meu irmão fomos fazer testes no Atlético de Sorocaba e eu consegui ficar. Já meu irmão, por não ter a nacionalidade brasileira, teve muitas dificuldades com a documentação e burocracia".
O atleta, fluente em espanhol e coreano ainda mistura o português e o espanhol em suas conversas. Mas mesmo com o "portunhol", ele não escondeu a felicidade por vencer seu primeiro título como profissional na equipe regatiana, quando foi campeão do alagoano este ano, contra o CSA.
- Um momento inesquecível. E ainda contra o rival. Foi muito bom, o primeiro título como profissional. E realmente o CRB, o grupo, me trouxeram muitas coisas positivas. E quando passamos por isso, é difícil de esquecer.
Ele chegou ao CRB por indicação do técnico Léo Condé no início do ano, e apesar do comandante ser demitido depois de cinco derrotas na Série B, ele continua na equipe titular, com o novo treinador, Dado Cavalcanti.
Chico ainda fez uma revelação. Quer jogar na seleção. Não na canarinha, mas da Coreia do Sul. "Sempre temos sonhos. Estava falando com o professor Fred, que tenho um sonho de almejar uma seleção. Eu que tenho uma naturalidade coreana, sonho em um dia disputar uma copa pela seleção coreana. E quando escutamos essas palavras nos da muita força. E com 26 anos, quero correr atrás do meu sonho e tenho certeza que Deus vai permitir."
Chinguilingue, olho puxado... a zoação sem limites
O craque do Galo tem o respeito da torcida e tem lugar garantido na equipe titular. Mas apesar disso, a zoação dos companheiros de time com ele, parecem não ter limite. Algo que o jogador fala com bom humor.
"Flávio [Boaventura] e o [Edson] Ratinho me chamam de Chinguilingue, abre o olho... Tem muitas coisas, que um olho puxado pode ter. Toda zoeira que um asiático pode ter, eles inventa e soltam. Por outro lado tem que aceitar, é verdade. Mas o jeito é ir é zoando o defeito que eles tem".