Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > esportes > ALAGOANO

Alagoas tem 1 dos 158 casos de discriminação e racismo no esporte em 2021

Caso em Alagoas aconteceu durante uma partida do Campeonato Alagoano Sub-20, quando o atleta Giovani foi chamado de "macaco", mas não chegou a abrir ocorrência

Diga não ao racismo.

Na manhã desta quarta-feira (24), o Observatório da Discriminação Racial no Futebol divulgou, na sede da CBF, o Relatório Anual de Combate ao Racismo no Futebol de 2021. A ação faz parte de uma parceria inédita entre a Confederação Brasileira de Futebol e o Observatório. A publicação deste ano é a oitava, mas é a primeira realizada em parceria com o órgão maior do esporte brasileiro.

O levantamento abrange todos os esportes e leva em consideração todos os atletas brasileiros, atuando no Brasil, ou não. O balanço final, divulgado nesta quarta-feira (24), trouxe um estarrecedor número de 158 casos de preconceito e/ou descriminação. Sendo 137 deles registrados em solo nacional e 21 outros ocorreram com atletas brasileiros no exterior.

Leia também

Total de casos em 2021 é cerca de 97,5% maior que no ano anterior
Total de casos em 2021 é cerca de 97,5% maior que no ano anterior | Foto: Reprodução/Observatório Descriminação Racial no Futebol

Do montante total de registros, 124 deles dizem respeito ao futebol e 34 a outros esportes. O relatório ainda especifica onde e quantas injúrias foram registradas, não somente preconceitos raciais foram abordados no documento. Foram levantados também casos de LGBTfobia, xenofobia e machismo. Detalhando, o documento traz a seguinte amostragem, levando em consideração atletas brasileiros, dentro ou fora do país:

"Dos 124 casos que envolvem o futebol; 74 dizem respeito à discriminação racial (soma total de casos ocorridos no Brasil, 64, e no exterior, 10); 25 envolvem LGBTfobia (soma total de casos ocorridos no Brasil, 24, e no exterior, 01); 15 machismo; 10 xenofobia (soma total de casos ocorridos no Brasil, 06, e no exterior, 04)."

Durante o ano de 2020, assim como pode ser visto no gráfico acima, os casos tiveram uma queda de 50,65% em sua totalidade, levando em consideração todos os casos analisados. Entretanto, não se pode esquecer que foi um ano pandêmico, sem a frequência de torcedores nos ambientes esportivos. Assim, destaca-se a existência de um alto número de atos discriminatórios, mesmo que a presença de público nas competições não tenha chegado a completar exatos três meses no Brasil. Então, com essa diminuição, os números só ficam mais assustadores em 2021, se igualando a 2019 em casos de discriminação - ano recorde em todas as edições da análise do Observatório.

Na introdução do folhetim, uma pauta foi levantada para a discussão acerca dos crescentes casos de racismo dentro dos espaços futebolísticos. A fotografia da seleção canarinho muitas vezes foi utilizada como material de quebra de tabus, mostrando um país miscigenado e sem discriminações, já que nossos maiores gênios da bola são e foram negros, como o Rei do Futebol, Pelé, e o bruxo, Ronaldinho Gaúcho. Entretanto, uma frase chama atenção. No segundo parágrafo da introdução podemos ler:

"Salientamos que os constantes casos de racismo nos estádios, na Internet e demais espaços “derrubaram” o antigo mito da democracia racial existente no Brasil e que teve no futebol um falso exemplo de como as diversas raças conviveriam em harmonia no nosso país".

Caso de injúria sofrido pelo atleta Giovani, durante uma partida contra o CRB, no Alagoano sub-20 de 2021
Caso de injúria sofrido pelo atleta Giovani, durante uma partida contra o CRB, no Alagoano sub-20 de 2021 | Foto: Reprodução/Observatório Descriminação Racial no Futebol

Caso em Alagoas

Dentre os 124 casos envolvendo o esporte mais amado do país, um aconteceu em Alagoas. No dia 21 de outubro de 2021, o atleta Giovani, que defendia as cores do Desportivo Aliança, foi chamado de “Macaco”, por alguém nas arquibancadas. A partida foi válida pelo Campeonato Alagoano Sub-20, onde enfrentou o CRB. O lateral esquerdo não quis abrir um Boletim de Ocorrência.

A injúria foi registrada em vídeo e o agressor foi contido pela Polícia Militar no mesmo momento, sendo retirado do Estádio Universitário da UFAL. O caso foi registrado na súmula da partida pelo trio de arbitragem. A Federação Alagoana de Futebol (FAF) identificou o criminoso, que não teve seu nome divulgado, porém, a FAF encaminhou o caso para o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Estado.

Torcedores chamaram a auxiliar de arbitragem de "piranha". Botafogo recebeu uma multa de 100mil pelo insulto
Torcedores chamaram a auxiliar de arbitragem de "piranha". Botafogo recebeu uma multa de 100mil pelo insulto | Foto: Vitor Silva/Botafogo

Quem comete?

O racismo, muitas vezes, não é cometido por aqueles que olhamos e pensamos de primeira que tenha algum preconceito. Na documentação circulada, podemos ver claramente de onde sai a maioria dos casos. Segundo o que foi divulgado, em relação aos 74 casos que dizem respeito à discriminação racial no futebol em 2021, em 44 deles o agressor é, pelo menos, um torcedor. Em outras seis ocasiões a agressão partiu de outro atleta.

Em cinco dos casos, o ataque originou-se de cima, de dirigentes e ou membros da direção dos clubes. Em seis casos a hostilidade partiu de membros da comissão técnica ou funcionário do estádio da partida. Em sete casos, o ato discriminatório partiu de, pelo menos, um membro da imprensa, e, em um outro caso, a discriminação partiu do treinador da equipe. Um cônsul oficial como representante de clube no exterior também já foi responsável por um dos casos. Uma personalidade pública/influencer e em três situações o Poder Público cometeu o ato discriminatório."

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas