Abel Ferreira e mais sete pessoas são processados por ex-sócio

Empresário português cobra indenização de quase R$ 4 milhões por ter sido retirado de sociedade

O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, com outras sete pessoas, é alvo de uma cobrança milionária na Justiça por parte de um ex-sócio numa empresa do ramo imobiliário no Rio Grande do Norte.

Trata-se de uma ação movida por Pedro Gabriel Brandão Barros de Sousa, ex-administrador da empresa Edibrasil Construções Ltda, que tem Abel e outros sete portugueses como sócios.

Pedro Sousa cobra deles a quantia de R$ 3.845.057,50. O autor da ação argumenta que foi retirado ilegalmente da posição de administrador da empresa, assim como da própria sociedade, numa assembleia de sócios realizada – segundo ele – de maneira irregular.

O valor é referente a indenização por ter sido retirado da empresa, danos morais e supostos salários não pagos desde 2015.

O caso foi revelado pelo jornal português "A Bola" nesta sexta-feira, e confirmado pelo ge a partir de documentos e conversas com pessoas com conhecimento do caso.

O jornal "A Bola" noticiou ainda que Abel teria sido alvo de acusações na esfera criminal. Na ação de cobrança, a que o ge teve acesso, Pedro Sousa cita a existência de um procedimento de investigação na Polícia Civil potiguar, algo que o técnico negou em nota enviada à imprensa.

– É completamente falso que eu tenha sido acusado ou vá ser julgado em qualquer processo crime. Deste modo, qualquer notícia em que seja dito o contrário é completamente falsa e ofensiva da minha imagem e bom nome enquanto pessoa, responsabilizando todos aqueles que a criaram ou a divulgaram.

Os advogados do técnico ainda não comentaram especificamente sobre a ação cível – com pedido de indenização – que corre na Justiça do Rio Grande do Norte.

A empresa foi constituída em 2012, um ano depois de Abel Ferreira ter encerrado sua carreira de jogador, e oito anos antes de ele ter vindo trabalhar no Brasil como técnico do Palmeiras.

O registro da empresa na Junta Comercial do Rio Grande do Norte, consultado pela reportagem nesta sexta-feira, mostra que Abel Ferreira ainda é sócio – embora tenha nomeado um procurador como seu representante legal.

Pedro Sousa, o autor da ação contra Abel, foi procurado pela reportagem, mas afirmou que não gostaria de falar sobre o caso. Ele já apresentou um recurso para tentar ser reintegrado à empresa, mas seu pedido foi negado pela Justiça.

O Palmeiras se manifestou por meio de nota divulgada nas redes sociais:

"A Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público demonstrar apoio ao técnico Abel Ferreira, profissional e ser humano de insuspeitos caráter e reputação. O clube manifesta a sua convicção de que a verdade prevalecerá sobre as mentiras veiculadas nesta sexta-feira (24)".