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HOME > notícias > EDITORIAL

INTELIGÊNCIA EM FALTA

Governo não prioriza a investigação, fomenta a impunidade e agrava a situação de milhares de inquéritos engavetados

General chinês e estrategista militar, Sun Tzu escreveu um tratado milenar, pelos idos do século IV a. C.. A história registrou seu pensamento sobre a importância do conhecimento e da inteligência na arte da guerra.

Agora, centenas de anos depois e, em meio a uma batalha global pela vida, o governador Renan Filho resolveu inovar e praticamente riscar das despesas de seu governo o item relacionado à informação e inteligência na área da Segurança Pública de Alagoas.

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É o que atestou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, versão 2021, cujos dados foram devidamente destacados pela Gazeta. Baseado em dados oficiais, o Anuário revela que o governo de Alagoas cortou em mais de 90% a totalidade das despesas destinadas à informação e inteligência. O que representou modestos R$ 633 mil em 2019, no ano passado chegou a insignificantes R$ 62 mil.

Na avaliação de profissionais da área, o olhar vesgo do Palácio República dos Palmares inviabiliza o desenvolvimento de um segmento considerado estratégico e gerador de conhecimento ao setor operacional das forças de segurança. 

Para melhor entender o descaso oficial em relação à inteligência, basta comparar os valores irrisórios já mencionados com o orçamento total da área, superior a R$ 1,5 bilhão em 2020.

“A atividade policial, orientada pelo conhecimento produzido pela Inteligência de Segurança Pública, proporcionará a atuação mais eficaz por parte dos policiais, que cumprirão suas tarefas de maneira legítima, ao mesmo tempo em que ampliarão a relação de confiança com a sociedade”. O ensinamento vem dos especialistas Edson Silva e Wanderlan Rolim, este professor de Sociologia da Criminalidade, em ensaio acerca do tema.

Se a inteligência é eficaz no combate ao crime e na construção da paz, pois previne, salva vidas, gera resultados e otimiza custos operacionais, então por que o governo não promove investimentos efetivos na ferramenta?

O quadro é grave e reflete na ponta, onde a estrutura investigativa segue manca no atendimento às demandas da população. No último mês de março, a Gazeta publicou uma estimativa que impressiona pelo número e por sua gravidade: 50 mil inquéritos acumulados e parados nas delegacias alagoanas. 

O que se apurou é que o desmonte da estrutura da polícia judiciária alcançou tal ordem que o assunto já entrou na mira do MP de Alagoas. Afinal, por trás de cada número frio de um inquérito policial, sob responsabilidade do Estado, há vidas sofridas no aguardo de justiça.

A polícia que investiga a delinquência e desbarata as organizações criminosas vem sendo sucateada. Se Renan Filho não negasse as teses milenares acerca do valor da inteligência e do conhecimento no campo policial, é bem possível que o mais recente Anuário Brasileiro da Segurança Pública não revelasse indicativos tão preocupantes em relação à segurança dos alagoanos.

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