Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > ECONOMIA

Ômicron, alta de juros e falta de insumos preocupam construção civil

Dados são do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil em São Paulo)

O setor da construção civil começa o ano de 2022 diante de um pacote de preocupações com potencial para manter o crescimento do setor na faixa dos 2%, um avanço morno diante dos 8% estimados para 2021, informou nesta quinta-feira (13) o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil em São Paulo).
Apesar dos resultados positivos registrados do ano passado, o presidente da entidade, Odair Senra, diz considerar que faltou a "retomada robusta da economia e da atividade pós-pandemia". Faltaram também, segundo ele, as grandes reformas estruturais com condições de atrair investimentos.
A chegada do ano eleitoral, por um lado, enfraquece o clima político para reformas, mas, por outro, resulta em um esforço para fazer andar obras de infraestrutura nos estados, o que é visto como positivo pelo setor.
Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon-SP, diz que, por enquanto, a variante ômicron -a quem se atribui o aumento expressivo de casos positivos de Covid-19- ainda não chegou aos canteiros de obras, mas preocupa o setor pelo possível efeito sobre o abastecimento de matérias-primas.
"Ainda é difícil medir o real impacto nas obras hoje, 13 de janeiro, porque muita gente saiu para o fim do ano e não voltou ainda. Por enquanto, nos canteiros a variação não é tão grande como foi em março e abril de 2020, quando chegamos a ter 30% [dos trabalhadores] afastados", afirma.
O custo de matéria-prima e a escassez de materiais e equipamentos ainda assombram o setor de construção. "Ainda é cedo para avaliar esse impacto, mas é mais um fator para atrapalhar a produtividade. Ainda há demora excessiva em entregas", diz Zaidan.
O dirigente afirma que apesar de haver deflação em muitos produtos usados nas obras, para o mercado houve apenas uma estabilização em patamar menor. Ou seja, o preço caiu em relação ao pico, mas não retornou ao nível do pré-pandemia.
Alguns produtos, como cerâmicas, ainda levam cerca de 90 dias para serem entregues. Antes das rupturas nas cadeias de abastecimento com o início da pandemia, a espera era de até 30 dias e havia até quem tivesse produto em estoque. "Ainda sofremos muito com a desorganização da logística", afirma o vice-presidente de economia do Sinduscon-SP.
Para este ano, Zaidan diz que as construtoras têm contratos a cumprir, o que deve manter a atividade do setor em bom nível.
O mercado imobiliário vendeu bem em 2021, ainda colhendo os frutos dos juros baixos, que ampliaram as condições de crédito para os compradores. Os milhares de imóveis lançados e vendidos no ano passado serão construídos agora. O que vem depois desse ciclo já não é tão claro para o setor.
Até novembro, dado mais recente compilado pelo Secovi-SP (sindicato da habitação), 66 mil unidades residenciais haviam sido vendidas em 12 meses, alta de 33,6% ante o ano anterior.
Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre (Instituto de Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a elevação dos juros, a queda no rendimento médio do brasileiro e a maior percepção de incertezas são fatores de atenção nas atividades de construção neste ano.
Outro fator de estresse para a construção tem sido a falta de mão de obra qualificada, que poderá exigir investimento das empresas. "Pode parecer um paradoxo faltar mão de obra quando há tanto desemprego, mas é uma questão que mexerá na dinâmica de custo", diz a pesquisadora.
O emprego formal na construção civil acumulou 245,9 mil vagas criadas nos 12 meses até novembro de 2021, o equivalente a 8,7% do saldo positivo do ano passado. Apesar da melhora nas posições com carteira assinada, houve queda de 8,7% no rendimento real.
Para Ana Maria Castelo, essa redução reflete a mesma dinâmica do mercado de trabalho como um todo, no qual o aumento da informalidade reduz a desocupação, mas também achata os salários. Pelo menos parte dessa informalidade, na construção, vem das obras domésticas, que o setor chama de autoconstrução.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas