A economia da Espanha cresceu 5,5% em 2022, graças ao forte consumo das famílias e ao elevado aumento dos investimentos, de acordo com a primeira estimativa publicada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
O resultado, idêntico ao registrado em 2021 (5,5%), é consideravelmente superior à previsão do governo espanhol (4,4%) e foi registrado apesar do contexto de elevadas tensões inflacionárias, vinculadas em particular à invasão da Ucrânia por parte da Rússia.
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O dado está próximo do nível projetado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que em meados de janeiro elevou sua previsão para 5,2%, após uma recuperação acima do esperado do setor de turismo, que enfrentou graves problemas por dois anos devido à pandemia de covid.
"Diante dos profetas do apocalipse, hoje temos um forte crescimento econômico, a menor inflação da Europa e recorde de empregos", celebrou no Twitter o primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, para quem os dados ratificam "a solidez e resiliência da economia espanhola".
De acordo com o INE, o forte crescimento de 2022 é explicado pelos bons resultados da primavera (hemisfério norte, outono no Brasil): entre abril e junho, o Produto Interno Bruto (PIB) da quarta maior economia da zona do euro cresceu 2,2%, graças ao consumo constante da população.
Isso permitiu compensar a forte desaceleração da atividade que a Espanha registrou no final do ano (apenas +0,2% no terceiro e no quarto trimestres), em um contexto de elevados preços ao consumidor.
A inflação na Espanha registrou média de 8,4% em 2022 - o índice atingiu 10,8% em julho -, segundo o INE. A taxa, no entanto, iniciou uma trajetória de queda nos últimos meses e chegou a 5,7% em dezembro, um dos menores índices da zona do euro.
O governo espanhol afirma que esta dinâmica deve permitir que o país registre um crescimento sólido em 2023, mas com uma desaceleração considerável na comparação com 2022 (previsão de 2,1%).
A meta, no entanto, é mais otimista que a divulgada pela maioria das instituições econômicas, como o FMI, que projeta um resultado de 1,1% para o país.
A economia espanhola foi uma das mais afetadas pelas consequências da pandemia de covid, com uma queda histórica do PIB de 10,8% em 2020. De acordo com o FMI, o país deve retornar ao nível pré-crise em 2024.