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Defasagem salarial da era Renan Filho faz servidor perder poder de compra em AL

Perdas dos rendimentos atingem mais de onze pontos percentuais em quatro anos

Com uma taxa de desemprego de 16%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas não amarga apenas um elevado índice de desocupação no setor privado. Se o setor público garante estabilidade, no quesito salário o servidor vê seu poder de compras escorrendo pelo bolso.

Para se ter uma ideia, entre 2015 e 2018, período do primeiro governo de Renan Filho (MDB), o funcionalismo público estadual recebeu reajuste salarial de 14,25%. Nesse mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que mede a inflação oficial do País - acumula alta de 25,64, uma diferença de 11,39 pontos percentuais.

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A defasagem pode ser ainda maior, já que o IPCA mede a inflação média do País, pondera a economista Luciana Caetano, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Até 2016, a inflação no Estado era calculada pela Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Naquele ano, o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) atingiu 6,88%, contra 6,29% do IPCA. "Muitos alimentos acabam tendo um custo maior, porque vêm de outras regiões do País, o que provoca uma variação maior na inflação", explica Luciana Caetano.

Para ela, o mais grave de um reajuste salarial abaixo da inflação é que ele acomete, principalmente, as camadas de baixa renda, onde a propensão marginal a consumir é mais elevada, posto que a renda é quase toda destinada a consumo. "Nesse sentido, o governo inviabiliza a retomada do crescimento, desprezando a lógica da demanda efetiva, em outras palavras, menosprezando o poder do consumo como incentivador dos novos investimentos", justifica.

Para tentar pelo menos estagnar a defasagem salarial, servidores públicos alagoanos lutam de todas as formas negociar com o governo, na expectativa de garantir ganho real de salário. Segundo os trabalhadores, a defasagem afeta diretamente a vida deles. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol-AL), Ricardo Nazário, conta que isso se reflete na alimentação, transporte, saúde e habitação dos servidores e suas famílias.

O presidente do Sindpol ressalta que até a forma como o governo concede o reajuste é ruim, porque geralmente fraciona a reposição inflacionária. "Quando o servidor vem receber já não tem o mesmo poder de compra", destaca.

SAÚDE EMOCIONAL

Mais incisiva, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Consuelo Correia, afirma a desfasagem salarial no governo de Renan Filho acaba afetando a saúde emocional dos professores e muitos precisam pegar empréstimos para se manter.

"São centenas de educadores que contraem empréstimos consignados para tentar minimamente garantir as suas necessidades básicas, logo que o salário não possibilita uma vida com o mínimo de dignidade", denuncia. "O que vemos é um número crescente de profissionais da Educação que se afastam por problemas de saúde físicos e mentais em decorrência do estresse diário e das paupérrimas condições de trabalho", revela.

Os servidores frisam que as tratativas com o governo tem sido difíceis e muitas vezes após ameaça de paralisação. Na última quarta-feira (17) diversas classes protestaram na porta da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) cobrando que o governo respeite a data-base e negocie.

Na quinta-feira (18), Renan Filho enviou à Assembleia Legislativa um projeto de reajuste salarial para os militares. O texto enviado pelo governo prevê reajuste de 12% parcelado em três anos. A primeira parcela do reajuste é de 5% e deve ser paga em novembro deste ano. A segunda, também de 5%, em novembro de 2020, e, por fim, 2% em junho de 2021. O acordo tinha sido firmado em maio de 2018, mas somente agora, um ano depois, foi cumprido.

Mesmo com o reajuste, o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), Coronel J. Cláudio, avaliou as negociações como duras. "Infelizmente, foi a única possibilidade", contou.

Delegados de polícia tiveram o mesmo tratamento por parte do governador. Negociação em um ano, efetivação no outro, portanto, em dois anos um reajuste apenas.

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