Alagoas terá que capacitar seus trabalhadores. Pelo menos é o que mostra o Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). De acordo com o documento, o Estado precisará qualificar, até 2023, 62.495 pessoas em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento.
A demanda prevista pelo estudo inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento (formação continuada) de profissionais já empregados. Depois, com 24%, estão os que precisam de capacitação para ingressar no mercado (formação inicial). Nesse último grupo estão aqueles que vão ocupar tanto novas vagas quanto postos que já existem e se tornam disponíveis.
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As áreas técnicas mais demandadas nos próximos anos em Alagoas serão transversais (trabalhadores de qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e controle da produção); metalmecânica; energia e telecomunicações; química, borracha, petroquímica, petróleo, gás e fármacos e construção. Cursos técnicos têm carga horária entre 800 e 1.200h e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio.
Além desses, há também os cursos de qualificação, indicados a pessoas com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação. Nesse caso, as ocupações que mais vão demandar profissionais capacitados estão mecânicos de manutenção de veículos automotores e de máquinas industriais, padeiros, confeiteiros, eletricistas de manutenção eletroeletrônica e encanadores, entre outros.
Já em relação ao nível superior, áreas como as de gestão, informática e construção serão as que mais terão que qualificar profissionais alagoanos até 2023. Entre os profissionais citados estão engenheiros civis e afins; gerentes de suprimentos, de manutenção e de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública e arquitetos e urbanistas.
Os dados divulgados pelo Senai pretendem subsidiar a oferta de cursos da instituição, apoiar jovens na escolha da profissão e ajudar trabalhadores que desejam se recolocar no mercado. "O profissional qualificado de acordo com a necessidade do mundo de trabalho tem mais chances de manter o emprego e também pode conseguir uma nova oportunidade mais facilmente", afirma o diretor-geral Rafael Lucchesi.
Metodologia
O Mapa do Trabalho Industrial é elaborado a partir de cenários que estimam o comportamento da economia brasileira. Ele ainda projeta o impacto sobre o mercado e estima a demanda por formação profissional industrial. As projeções e estimativas são desagregadas no campo geográfico, setorial e ocupacional, e servem como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos.
Em paralelo a isso, o Modelo Senai de Prospecção permite prever quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos. A metodologia já repassada a instituições de mais de 20 países, sendo apontado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e pela Organização Internacional do Trabalho como exemplo de experiência bem-sucedida.