Sandy e Junior estão prestes a estrear o DVD Nossa História, que aborda a turnê dos 30 anos da dupla. Os artistas participam de uma coletiva de imprensa online nesta quinta-feira (9) para falar sobre os lançamentos e os desafios do projeto audiovisual.
Durante o bate-papo, eles falaram sobre como foi influenciar toda uma geração, que foi carregada na segunda turnê mais lucrativa de 2019, e sua comparação ao atual grupo de influencers que está nas redes sociais.
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"Acho ainda mais desafiador para eles porque estão mais expostos do que a gente estava. A gente não plantou isso, mas aconteceu. Nos tomaram como exemplo. É bem complicado lidar com isso, porque é muito importante. É um desafio imenso, uma reflexão para umas três horas", diz Sandy. "É a história do Homem-Aranha, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Na nossa época era mais fácil. Hoje em dia, todo mundo faz o próprio Big Brother", acrescenta Junior.
A dupla ainda contou como se sentem ao saber que artistas se inspiraram em suas canções. "Alguns artistas já falaram publicamente que gostam do nosso trabalho. Até alguns que admiro. Isso é gratificante", afirma Sandy. "Na tour, alguns bailarinos falaram que começaram a dançar reproduzindo nossas coreografias. É bom ver que a gente começou a influenciar outras pessoas a viver com arte. Faz carinho na alma", conta Junior.
Relembrando sua trajetória musical desde a infância, os irmãos contam que apresentam músicas de Sandy e Junior para seus filhos. Sandy ainda conta que é criteriosa atualmente sobre as canções, e que seria mais restritiva caso Theo pensasse na carreira artística.
"Nos anos 90 podia tudo. Não tinha esse olhar mais crítico por trás das coisas. Com certeza eu seguraria o Theo se ele tentasse ser artista, tomaria mais cuidado. Mas a nossa história aconteceu naquela época, e eu sou muito realizada. Claro que tive meus tropeços, mas funcionam para aprendizado", afirma Sandy.
"É só ver que cantávamos Maria Chiquinha! Adoro botar umas músicas de Sandy e Junior para o Otto. Mostro umas musiquinhas mais antigas, como Aniversário do Tatu. Desde os oito meses, ele já bate à porta por causa de Abre a Porta, Mariquinha", revela Junior.
Durante a coletiva, a dupla ainda abordou o destaque de Junior na turnê como um artista completo. O músico afirmou que desenvolveu suas habilidades a partir das críticas que recebia ao longo da carreira.
"Sempre tomei críticas desde a adolescência como se fosse adulto, mas tive a sorte de tomar essas coisas como uma gasolina para seguir adiante. Veio depressão, pânico, mas é uma história vitoriosa. Ocupou um lugar de cura pra gente voltar para os palcos e para os fãs. Foi desafiador, mas foi delicioso e engrandecedor. Não conseguia dormir para processar. Faria tudo de novo", diz ele.
Para ter o projeto Nossa História documentado, a dupla conciliou a empolgação com o medo do julgado, e o "sim" para as gravações veio baseado na carreira sólida que construíram.
"Gosto desse tipo de documentário. O último que vi foi da Nina Simone e fiquei muito impactada. Gosto da linguagem e das informações. É muito legal ter essa ferramenta e poder fazer o nosso próprio. É um ato de coragem assumir essa narrativa. Estou pronta para receber o que vier. A gente fez agora porque se sente mais seguro como dupla e com carreiras solo já estabelecidas. Quando a gente decidiu que ia fazer, encaramos sem medo. A gente tenta se expressar da forma mais clara possível para que, se forem julgar, que julguem certo", diz Sandy.
Animada em ter um projeto audiovisual, a cantora ainda falou sobre seu futuro como atriz, relembrando suas atuações em séries, novelas e filmes. "Amo atuar. Fico à espera de novas oportunidades que se encaixem na minha agenda porque minha carreira como cantora é minha prioridade. Já fui muito convidada para fazer musical de teatro, mas temos que olhar racionalmente. Seria um sonho, uma coisa linda", diz Sandy.