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Camila e Rocco Pitanga lançam filme dirigido pelo pai, Antonio

Filme, com base em fatos históricos, retrata a Revolta dos Malês, que aconteceu em 1835 em Salvador


			
				Camila e Rocco Pitanga lançam filme dirigido pelo pai, Antonio
Camila e Rocco Pitanga lançam filme dirigido pelo pai, Antonio. Agnews e BrazilNews

A família Pitanga se reuniu por um motivo especial nessa quinta-feira (10), no Rio de Janeiro. Camila Pitanga, de 47 anos, e Rocco Pitanga, de 44 anos, lançaram o filme Malês, que é dirigido por seu pai, Antonio Pitanga, de 85 anos. A produção faz parte da 26ª edição do Festival do Rio.

O filme é um dos mais esperados desta edição e retrata um dos momentos mais importantes da história do Brasil, a Revolta dos Malês, que aconteceu em 1835, em Salvador. Manuela Dias é a roteirista e o elenco conta com Samira Carvalho, Rodrigo de Odé, Bukassa Kabengele, Heraldo de Deus, Patrícia Pillar, Edvana Carvalho, Indira Nascimento, Wilson Rabelo, Thiago Justino e Val Perre.

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“"Males" é isso: desvendar, mexer, incomodar, trazer não apenas os negros como vítimas. Era o negro que tinha uma estratégia, né? Perdeu, mas era o negro que tinha uma estratégia contra todo preconceito, todo tipo de racismo, toda forma de visibilidade”, contou Antonio Pitanga à Quem sobre a narrativa do filme.

Em seguida, completou: "Eu sou negro brasileiro, eu sou brasileiro, tá entendendo? Então, se você tem as ferramentas como eu tenho, que são do audiovisual, do cinema, por que não revelar e trazer um projeto que, após 26 anos, me coloca de volta na tela hoje, tá entendendo? A minha alegria é poder estar vivo aos 85 anos, podendo trazer para o primeiro plano um dos mais belos e importantes movimentos do Brasil, que é o dos Malês, que se desconhece".

Ao ser questionada como foi trabalhar com o proprio pai, Camila Pitanga declarou: "No último dia de filmagem, era a última cena da Sabina, minha personagem, e eu estava no fracasso dela, com meu pai falando baixinho no meu ouvido. Ele me conduziu ao lugar, e isso ficou no filme com poesia, dor e poesia. Claro que esse é o lado da atriz que teve a magia de ser encantada, cuidada por esse ator, António Pitanga, esse diretor, António Pitanga, que também era um menino de 80 anos, conduzindo uma equipe de 70 pessoas com todo o seu vigor e toda a sua paixão pela vida”.

“A gente está entendendo que ponto de vista preto ele ilumina o que a gente quer construir como o Brasil antirracista, como o Brasil que se pretende amar por inteiro e não pela metade, porque o ponto de vista do colonizador foi esse que aprendemos na escola, nos livros, nessa história oficial. E agora estamos tendo a oportunidade de ter, no campo das artes, do teatro preto, com legítima defesa, com todo mundo recontando a história. Isso não serve só para a gente trabalhar a lógica, mas para a gente se sentir melhor, para a gente se sentir forte. Para que esse Brasil que a gente ama possa acontecer com toda a sua potência", continuou a artista sobre a importância da narrativa do filme.

Sobre o pai, a artista também não poupou elogios: "Eu e meu pai temos esse amor soberano, essa rega. Ele me rega, e eu me sinto ungida pela vida dele, pela paixão que ele tem pela vida, por tudo que ele representa como ator preto. Ele é um cara que não tem medo nenhum de ousar, de sonhar e de realizar,. Porque ele não só sonha; ele vai e faz. Ele pensa em fazer um filme épico. Ele contraria toda uma série de expectativas que temos com esse etarismo que sabemos que existe, ainda mais quando se trata de um homem negro. Ele é um balé que não se submete, que entende que precisa ter ousadia e alegria. A alegria não tira a seriedade de António Pitanga, esse cara que tem alegria com a vida, que tem paixão pela vida. Não é à toa que ele é homenageado e incensado, porque ele tem uma história, mas ele está em movimento, ele não parou. Meu pai está em uma peça de teatro em São Paulo, e ele está aqui no Festival do Rio com três filmes, sendo que um deles ele é diretor e ator. Sabe? É um cara que a galera dos curtas chama, gente que está se formando no cinema, e ele vai com tudo. Ele vai inteiro, ele dá o melhor dele...."

A jornalista Maju, que passou pelo tapete vermelho do filme acompanhada do marido, Agostinho Paulo Moura, falou sobre a importância da obra: "Antonio Pitanga tem que ser celebrado. Desde o primeiro dia em que o encontrei, e ele fala dos Malês, uma história que o Brasil não conhece. É uma história que, acima de tudo, é uma história brasileira, uma história nossa, contada pela nossa voz. Então, celebramos a existência desse quilombola, desse herói que é Antonio Pitanga, e que consegue levar para a tela uma história que a gente desconhece".

Outro ator que foi prestigiar o lançamento foi Lazaro Ramos, que declarou: "É um filme importantíssimo que o Pitanga está tentando fazer há 18 anos, se não me engano, contando uma parte da história do Brasil que muita gente não conhece ainda, mas é uma parte fundamental para nos identificarmos enquanto sociedade, conhecendo os passos que demos e que foram errados, para podermos melhorar. E, acima de tudo, celebrar alguns heróis que ainda não são falados”.

Natural da Bahia, o artista ainda completou sobre os personagens: “Heróis baianos, né? Heróis baianos e africanos que vieram para cá e que, na verdade, têm toda a importância histórica de um movimento para conquistar a libertação. Mas, ao mesmo tempo, é importante lembrar que houve um massacre de uma população que veio aqui com outra religiosidade e outros conhecimentos, que foram mortos, assassinados, enquanto apenas tentavam buscar sua liberdade".

A produção

O tamanho da mobilização criou um medo generalizado entre as pessoas brancas e foi tida como um marco para a repressão de pessoas negras e escravizadas em todo país. As punições para os líderes da revolta, até os negros libertos, foram severas para serem usadas como 'exemplo'. Eles foram presos, açoitados, deportados e quatro executados por fuzilamento.

Vale ressaltar que a revolta se chama 'dos Malês' por conta da fundamental participação de negros muçulmanos na insurreição, mais que de negros de religiões de matriz africanas. A religião foi importante para o fortalecimento da luta por transformações sociais. Malês vem de imalê, uma palavra Iorubá para muçulmano.

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