
Cada região do País possui suas peculiaridades. Uma das formas mais comuns de referenciar algum local é citando características que lhe fazem lembrar daquele lugar específico. A culinária típica e os costumes tradicionais são maneiras comuns de referenciar um Estado e um povo, assim como a Caatinga, bioma tão intrigante quanto os que vivem nele e dele. Pensando dessa forma, a administração do Museu da Imagem e do Som de Alagoas abriu uma exposição chamada “A Caatinga do Sertão Alagoano”, com fotografias de Karol Lessa. As obras buscam resgatar a cultura em volta desse bioma, assim como fazer um alerta aos danos causados pelas mãos humanas.
A exposição foi aberta no dia 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente, e tinha como data de encerramento o dia 31 de junho. No entanto, a grande procura motivou a Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult) a manter a mostra aberta por mais um mês, permitindo que mais pessoas contemplem a representação de locais icônicos como os Cânions de São Francisco, as artes rupestres e tudo o mais que a região tem a oferecer.
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“O fim da exposição foi adiado devido ao grande sucesso de público e ao interesse crescente pela temática abordada. Queremos garantir que mais pessoas tenham a oportunidade de visitar e refletir sobre a importância do bioma do sertão alagoano. Além disso, recebemos diversas solicitações de escolas e instituições que desejam visitar a exposição, e acreditamos que essa prorrogação permitirá um maior alcance educativo e cultural”, diz Mellina Freitas, secretária de Cultura e Economia Criativa e uma das organizadoras da exposição.
A referência ao bioma nordestino não é à toa, nem uma mera formalidade artística. A fotógrafa Karol Lessa conta como foi o processo de escolha do tema e ainda traz alguns dados que mostram a urgência do assunto ser posto em visibilidade.

“Quando tinha 13 anos, passei a acompanhar meu pai, que era pesquisador e editor do site forroalagoano.com.br, fazia os registros fotográficos das manifestações da cultura popular, em especial o forró, e fui me envolvendo pela arte de tirar fotos. Então estava buscando um tema ligado à região Nordeste e meu pai sugeriu a Caatinga. Achei a ideia ótima. A Caatinga enfrenta um terrível processo de extinção, e 44% deste bioma está no sertão alagoano e precisa ser preservado, pela sua beleza e importância para o meio ambiente”, conta Karol.
No mesmo sentido, a secretária Mellina complementa a importância de dar visibilidade ao meio ambiente nordestino. Seja uma planta ou um animal, os registros desses seres viventes, assim como o galho seco pela falta d’água, são características que representam a vida do nordestino, algo que deve ser contado e registrado.

“O registro fotográfico do bioma do sertão alagoano é de extrema importância para a cultura, pois ele imortaliza a riqueza e a diversidade de nossa fauna e flora. Além de preservar a memória ambiental, esses registros ajudam a promover a conscientização sobre a preservação do bioma, revelando a beleza e a singularidade do sertão. Essas imagens têm o poder de educar e sensibilizar tanto as gerações presentes quanto as futuras, fomentando um senso de pertencimento e responsabilidade em relação ao meio ambiente”, relata.
Para quem deseja visitar e prestigiar essa homenagem à caatinga, o Museu da Imagem e do Som se encontra no bairro do Jaraguá. A exposição pode ser contemplada das 8h às 16h, de segunda-feira à sexta-feira, até o dia 31 de julho.