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Projeto reúne artistas alagoanos e os provoca a reinterpretar obras de colegas

Movimento Antropofágico Miscigenado está no quarto ano e terá a primeira edição no próximo fim de semana

Cantar e ser cantado para inspirar e ser inspirado, divulgar e ser divulgado também. Essa é a premissa do Antropofágico Miscigenado, projeto cultural do músico Sebage. Os artistas convidados cantam as músicas uns dos outros, cada um atraindo seu público e apresentando o colega. A próxima edição será no dia 6 de março, no Restaurante e Bar Zeppelin, às 20h.

A ideia de antropofagia, ressignificada por Oswald de Andrade em seu Manifesto Antropofágico como o ato de consumir o estranho e incorporá-lo em si, criando algo novo, orna bem no título de um projeto que tem justamente isso como ideia central. "Esse é o nosso quarto ano de resistência, mostrando nossas canções para um público, o alagoano, que geralmente ignora os artistas locais", conta Sebage.

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"Ideia-movimento artístico-musical" é como Edi Ribeiro, parceiro de longa data de Sebage e que o ajudou na construção do projeto, descreve o Antropofágico Miscigenado. "[A ideia] surgiu de uma conversa descontraída no Bar e Restaurante Zeppelin, no finalzinho de 2016", conta. "Participei ativamente junto com Sebage da primeira temporada, todas às terças no saguão do emblemático Teatro Deodoro convidando vários artistas da nossa cidade a participarem da ideia".

A frequência do evento diminuiu com o passar dos tempos, mas não a sua essência. "Há muito que as políticas públicas sempre deixaram a desejar, não temos um calendário anual forte que promova a circulação dos artistas nos vários polos da nossa cidade, principalmente nas periferias", diz Edi. Suprir esse vácuo sempre foi um dos motores que mantinham a equipe engajada.

REALPOLITIK

A política corre, desde o começo, na veia do movimento Antropofágico Miscigenado. Desde os seus dias de estudante, Sebage mantinha uma militância ativa na sua atividade cultural. Ex-estudante do então Teatro Universitário de Alagoas (hoje Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas) no alvorecer da ditadura civil-militar brasileira, o artista participava de reuniões clandestinas do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

"Comecei a fazer músicas, festivais universitários, movimento estudantil?", conta Sebage. No DNA do rock nacional, os festivais universitários eram extremamente populares no período da ditadura, e traziam ritmos de resistência para os corredores da academia.

Saiu da política institucional depois de uma desilusão de juventude. "Queriam que eu vendesse o jornal A Classe Operária [periódico oficial do PCdoB] na Praça Deodoro, e eu querendo fazer teatro", conta entre risos. "Vieram falar de 'a cultura em segundo plano'".

E é fazendo política através de cultura que Sebage busca provar seu ponto até hoje, em sua "ideia-movimento artístico-cultural".

FOMENTO AO LOCAL


				
					Projeto reúne artistas alagoanos e os provoca a reinterpretar obras de colegas
FOTO: Divulgação

A cena musical da capital também já foi mais forte, em sua opinião. "Nos anos 1980 (a cena) era muito ativa, não existia isso de banda cover e o público ia ver os nossos shows", conta.

SUTIL E ROMÂNTICO: CONHEÇA O REFINADO SOM DE RODRIGO SAN


				
					Projeto reúne artistas alagoanos e os provoca a reinterpretar obras de colegas
FOTO: Adelaide Abreu/Divulgação

Os três artistas farão shows de 40 minutos, seguidos por um disputado palco livre destinado aos cantores e compositores que acorrerem à reunião dessas três feras para dar, também, suas palinhas de duas músicas. O evento começa às 20h, com discotecagem mixando faixas dos álbuns e EP lançados pelos três artistas entre 2017 e 2019 (Edi Ribeiro com "Eu no Baião de Dois"; Sebage com "Beatnik" e "Lounge Queer"). O couvert custa R$ 10.

Depois de lançar o álbum "Sutil" em setembro de 2019, Rodrigo San acumula críticas favoráveis ao seu trabalho, uma bem-sucedida apresentação no prestigiado "Release Showlivre", em São Paulo, e uma agitada noite de estreia no Teatro de Arena em Maceió, entre outras performances em plagas paulistanas e caetés. "O disco aconteceu na minha vida depois de um processo longo. Eu passei a vida inteira sendo guitarrista e me vi vivendo uma nova fase, um novo momento da minha carreira, dessa vez como intérprete das minhas canções", conta.

San relata que estava desanimado com a carreira depois de mais de duas décadas tocando guitarra para outros artistas. "Eu estava pensando em desistir da música", diz, pontuando que essa é uma realidade comum entre músicos de Alagoas, já que o ofício não é dos mais fáceis. Se a vontade de mudar o perseguiu por anos, foi de uma noite para a outra que ele dormiu um guitarrista desestimulado e acordou compositor.

"Acho que estou vivendo o melhor momento da minha carreira" afirma bravamente Rodrigo, logo após cantarolar o trecho de uma de suas músicas para explicar a retomada da vontade de fazer música: "Vai, moleque/Pega esse rancor/Arranca do teu peito/Que o sonho não acabou". Ele diz que a sensação é a mesma de quando começou a tocar no início da década de 90, e isso "se materializa nas letras, na vontade de fazer".

"Estou muito feliz agora, encontrando essa parceria, essa amizade com o Sebage e ver o movimento Antropofágico ressurgir depois de algum tempo." Quanto ao radiante "Sutil" (o álbum está em todas as plataformas digitais) Rodrigo San diz que "o mundo conspirou para que as coisas dessem certo". "Foi quando surgiu a oportunidade de eu gravar esse disco em São Paulo, num estúdio muito bacana, chamado C4. Um estúdio grande, inclusive num dia que eu estava gravando encontrei André Abujamra finalizando um trabalho dele, a sala principal ficou sendo utilizada por nós. Músicos assim muito bacanas, a Céu tinha acabado de alugar os microfones desse estúdio para gravar algumas coisas em casa. Uma estrutura muito massa, foi tudo assim que aconteceu na minha vida, essa questão do disco, de uma forma muito inusitada, inesperada".

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