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HOME > notícias > CULTURA

Moradores relembram antigas tradições natalinas em bairros de Maceió

Memórias das festividades de fim de ano incluem parques em praças e costumes em bairros que afundaram

Pastoril, Reisado, Chegança e tantos outros folguedos alagoanos são símbolos das tradicionais festas natalinas dos bairros de Maceió e do interior. Com a chegada do fim de ano, as lembranças e a nostalgia toma conta de vários homens e mulheres que aproveitaram por anos os festejos e lamentam que algumas tradições estejam caindo no esquecimento.

Os anos passaram e a forma de celebrar a época natalina foi reinventada. As famílias e os parques de diversões já são raros nas praças, as apresentações folclóricas diminuíram, os momentos de paquera nos altos falantes acabaram há anos.

O alagoano Carlito Lima relembra os dias de festa que fizeram parte de sua juventude e os momentos colecionados na Praça Sinimbú, localizada no Centro de Maceió, e na Praça Afrânio Jorge, também conhecida como Praça da Faculdade, localizada no bairro do Prado.

Carlito recorda que as praças eram tomadas pelas festividades desde o início de dezembro e se estendiam até dia 6 de janeiro do ano seguinte, quando se comemora o Dia de Reis. Havia palcos para as apresentações dos folguedos, roda gigante, barquinhos e vários outros brinquedos para as crianças e adolescentes da época aproveitarem o momento.

“Lembro que tínhamos o Mané das Cachorras, que era brincante da Chegança, e assim que dezembro começava já vestia o uniforme de almirante e não tirava mais porque toda noite tinha festa. Era fantástico! Além disso, a gente também aproveitava para namorar, muitos relacionamentos antigos começaram assim, nos parques de diversão da época natalina”, revela.

Imagem ilustrativa da imagem Moradores relembram antigas tradições natalinas em bairros de Maceió
| Foto: Acervo do Museu Théo Brandão

O folclorista relembra que enquanto os meninos ficavam encostados nos carros, as moças passavam e distribuíam seus charmes. Iniciando assim, um momento de flertes regados a piscadas de olhos e recadinhos nos alto-falantes.

José Honorato conta que enviava seus recados a uma moça que, depois, se tornou sua esposa. “Mandava muitos recados nos alto-falantes dos parques de diversão, era assim ‘moça bonita com a fita amarela no cabelo, se estiver disponível, vamos nos encontrar perto da Igreja. Estou com uma camisa azul’. Tenho certeza que minha esposa, que já faleceu, se lembra do recado que mandei pra ela. Agora é tudo diferente, né? Fica só a saudade”, conta.

UMA PRAÇA VAZIA

Durante a época natalina, os moradores do bairro de Bebedouro, com os corações saudosos e declarações emocionadas, relembram a época em que a festividade alegrava o bairro e reunia maceioenses de quase todos os locais.

Conhecida também pelas apresentações de grupos de folguedos e dos parques de diversões, a praça Lucena Maranhão contava com a tradicional missa de Natal. Com o afundamento do solo devido a mineração de sal-gema da empresa Braskem, as festividades sofreram com os impactos do tempo e encontraram seu fim com a ação do homem.

Neste ano, a missa da Igreja de Santo Antônio será realizada nos dias 24, às 21h, e no dia 25, às 07h e 19h, na sede provisória, que fica localizada no bairro da Santa Amélia, na subida da ladeira de Chã de Bebedouro. O cônego Walfran Fonseca lamenta o fato da tradição ter se perdido.

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“O Natal de Bebedouro girava em torno da praça Lucena Maranhão, que estará totalmente vazia neste ano. Teremos a missa de Natal, mas infelizmente não teremos uma praça para receber a festividade”, diz o religioso.

Fátima Mitchell foi uma das alagoanas que tiveram a oportunidade de aproveitar o festejo natalino do bairro. Ela conta que morou em Bebedouro por 16 anos e recorda que naqueles momentos o bairro se tornava praticamente um povoado.

“Tínhamos procissão, saíamos em romaria pelas casas do bairro, parando em cada uma delas para rezar o terço. A união dos moradores e a devoção a Deus era uma coisa muito bonita de se ver… como eu tenho saudade dessa época e infelizmente tudo se acabou”, diz.

Ainda morando no bairro, Clarice Bezerra recorda dos natais festivos com muito carinho, pois ver as ruas arrumadas, cheias de alegrias e ocupadas pelas famílias era fantástico de se ver. Clarice afirma que eram momentos únicos e que é doloroso ver a atual situação do local.

“As festas eram muito boas, as missas movimentavam todas as famílias do bairro. São 35 anos morando aqui e acredito que são momentos que não voltam mais, infelizmente. Nós perdemos todo nosso patrimônio e vivemos na escuridão”.

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