Com uma trajetória ininterrupta e repleta de fatos que marcaram a história de Alagoas, a Aliança Francesa de Maceió, fundada por Leda Collor de Mello em 12 de abril de 1952, celebra 70 anos de promoção da cultura francesa e de fortalecimento da intelectualidade alagoana.
Então primeira dama de Alagoas, Leda Collor, mãe do senador Collor, fundou a instituição por acreditar que ela contribuiria com o progresso de Alagoas, garantindo oportunidades aos alagoanos e alagoanas, como intercâmbios e acesso às manifestações culturais de outros países. Outras personalidades compartilhavam dessa ideia, visto que a casa recebeu apoio de nomes como Théo Brandão, Rivadávia Carnaúba, Mário Dubeux Leão, Luiz Lavenère, Ib Gatto Falcão, Jeanette Savastano Ramalho, Vanilo Galvão Barros, Lourival de Mello Motta, Ilza Porto e o francês Georges Le Brun de Vielmond.
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Além do suporte educacional, a Aliança Francesa foi, por muito tempo, sinônimo de efervescência cultural. No passado, a instituição recebeu espetáculos musicais, teatrais, exposições e congressos que visavam estreitar os laços franco-brasileiros.
Em relação a formação linguística, diversas gerações passaram pelos mestres da Aliança Francesa, que realiza os exames do DELF e DALF, diplomas oficiais que permitem o acesso às universidades francesas sem a necessidade de outros testes linguísticos.

Em sete décadas, a Aliança firmou-se como uma das mais tradicionais instituições de Alagoas, defendendo a diversidade cultural e impactando a cena local com iniciativas como o Festival da Canção Francesa, da Mostra de Cinema Francês e de diversas exposições que constantemente são abrigadas pela instituição.
MEMÓRIA, ORGULHO E AFETO
Para a diretora geral da associação, Anna Constant, mesmo com todo o trabalho já desenvolvido, a Aliança Francesa ainda tem muito a contribuir com Alagoas. Para ela, esse é o compromisso que a casa renova neste aniversário.
“Os 70 anos ininterruptos da Aliança em Maceió nos fazem muito felizes. Toda equipe se esforça para manter a qualidade dos nossos cursos. Queremos seguir colaborando com o crescimento das pessoas”, diz ela.
A diretora explana sobre o período difícil que a instituição enfrentou durante a pandemia, com seu funcionamento comprometido. Com a retomada gradual das atividades e o retorno dos alunos, a expectativa é voltar a realizar atividades culturais, apresentações musicais e eventos gastronômicos. “A expectativa é de dias melhores, que certamente virão”, diz Anna Constant.

Ainda há poucas salas de aula em funcionamento. Por essa razão, a Aliança optou por uma comemoração singela, porém recheada de afeto. Em uma exposição de fotos que contam um pouco das vivências da tradicional instituição e o descerramento de uma placa comemorativa, a equipe encontrou uma oportunidade para confraternizar e relembrar os bons momentos vividos de 1952 a 2022.
As fotos retratam parte da história da instituição e foram selecionadas pela diretora Anna Constant, que faz parte da equipe há muitos anos e conheceu boa parte dos integrantes que já passaram pela Aliança. A exposição permanece no hall até o final de abril.
A coordenadora pedagógica da Aliança Francesa de Maceió, Dafne Ashton, diz que sensação é de missão cumprida e a grandiosidade desses 70 anos energiza a equipe da Aliança.
“A Aliança Francesa é muito mais que um curso de línguas, nós somos um pedaço da França no Brasil, promovemos a cultura francesa aqui. Há 70 anos ininterruptos nós fazemos parte da promoção de toda a cultura e intelectualidade francesa dentro de Maceió”, diz ela.

"Eu faço parte desde 2014 e é gratificante ver a quantidade de alunos que nós formamos e, hoje, estão por aí atuando como professores com maestria no mundo francófono. Nós fomos muito afetados pela pandemia, mas seguimos com nosso trabalho árduo e o sentimento de dever cumprido”, completa a coordenadora.
A boa notícia é que, como parte das comemorações dos 70 anos, a Aliança Francesa de Maceió retomará os eventos culturais em maio, durante o chamado “Mês da Europa”. Segundo Dafne Ashton, festivais estão sendo planejados mais para frente, mas a volta será com um festival de cinema europeu.
“Assim que a gente puder vamos começar a abrir novamente as portas da Aliança, voltar com nossas exposições, mostras culturais, festivais, palestras e todos os eventos que fazem parte do nosso calendário. Estamos ansiosos para isso! Queremos continuar fazendo nosso trabalho em prol da sociedade alagoana”, finaliza Dafne.