Na rota turística do Litoral Norte de Maceió, uma pequena casa de taipa centenária, de arquitetura simples e cores convidativas, número 185, chama a atenção de quem passa. Situada mais exatamente na Rua São Pedro, em Garça Torta, a Casa da Arte está com uma nova exposição, 'Fora d'água', desde o início de dezembro e disponível até o fim de janeiro.
O local é considerado um legado da artista plástica Edna Constant. Carinhosamente conhecida como dona Edna, certa vez ela explicou o nascimento da Casa da Arte, há mais de 30 anos. "A Casa da Arte começou como uma coisa espontânea, não foi nada planejado. Foi um presente que eu recebi, só pode ter sido. É uma coisa tão bonita que aconteceu na minha vida! Eu tinha uma casa de veraneio aqui e apareceu essa para vender, aí comprei, mas não quis mexer nela, deixei como estava. Ela é centenária e acho que ela é uma joia, não pode ser mexida. O que eu fiz foi colocar o piso e a água, e ela ficou linda", expõe sobre o lugar que comprou de pescadores e que deu novo significado para a democratização da arte em Maceió.
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Dona Edna, por exemplo, chegou a oferecer ações de educação e cultura não apenas para os moradores de Garça Torta e das comunidades do entorno, mas para toda a capital alagoana, enquanto esteve viva.
A casa sempre foi um espaço democrático, nunca cobrou dos visitantes, nem dos artistas para a promoção da arte. O acesso é gratuito e a manutenção da casa é custeada pela família de dona Edna. Além de receber obras de artistas famosos, sempre deu espaço para o novo, abraçando novatos na área e, inclusive, incentivando a populares da região ao contato com a arte e a cultura.
"A Casa que já adquiriu maior idade, são 36 anos de atuação na capital alagoana, sempre buscando dar oportunidade para que algo de bom aconteça. Nesta mostra, contamos com três instalações e uma sala de pintura e colagens", prossegue Tito.
Com trabalhos do próprio artista (peixes e bumba meu boi), pinturas e colagens dos meninos da comunidade e a instalação de Tayra Macedo, Tito ainda ressalta a reciclagem que permeia suas peças. "Eu usei utensílios da pesca para construir um boi praieiro e reciclei caixas de papelão que poderiam sobrar nas ruas, para dar vida aos peixes que saltam à vista na primeira sala", expõe.
A exposição está disponível de segunda a sábado em horário comercial.
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