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Festival de Cannes: brasileira leva filme sobre câncer do pai

O curta "Bodas de Ouro" também já foi selecionado para o Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa em Lisboa

A diretora e atriz Liza Gomes, nascida em Iúna, no Sul do Espírito Santo, foi indicada para o festival com o curta "Bodas de Ouro", na categoria Short Film Conner.
A diretora e atriz Liza Gomes, nascida em Iúna, no Sul do Espírito Santo, foi indicada para o festival com o curta "Bodas de Ouro", na categoria Short Film Conner. | Foto: Acervo pessoal/ Via G1

O Festival de Cannes, na França, é um dos mais renomados na indústria do cinema. E neste ano uma capixaba vai estar sob os holofotes com um curta-metragem que conta a história emocionante da luta do próprio pai contra um câncer. A diretora e atriz Liza Gomes, nascida em Iúna, no Sul do Espírito Santo, foi indicada para o festival com o curta "Bodas de Ouro", na categoria Short Film Conner.

Toda a inspiração da atriz de 41 anos veio da história de amor do pai e da mãe e todas as dificuldades que os dois enfrentaram juntos até a morte de José Davino Gomes, em julho de 2022, por linfoma não Hodking (LNH), um tipo de câncer que afeta o sistema linfático.

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"A ideia do filme surgiu no final da pós graduação em Direção de TV e Teledramaturgia da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). No final, a gente tinha que fazer um curta e o tema era amor. Assim que eles deram esse tema, veio muito na minha cabeça a história dos meus pais. Eles eram muito apaixonados, meu pai fazia de tudo pela minha mãe. E eu tinha filmes, vídeos deles, ele pedindo ela em casamento, filmava até escondido vários momentos. Eu adaptei bastante para o roteiro", contou Liza ao g1.

Bodas de Ouro

Assim nasceu o curta que conta a trajetória de Cláudio, personagem fictício e interpretado pelo ator Raymundo de Souza. O protagonista, com seus quase 80 anos completados, sonha em renovar seus votos de 50 anos de casamento com a esposa, Helena, também personagem fictícia, vivida pela atriz Débora Olivieri. No entanto, ele se depara com a finitude da vida ao descobrir um câncer bastante agressivo e incurável.

Débora Olivieri trabalhou em várias novelas conhecidas da TV Globo, como Terra Nostra (1999), Duas Caras (2007), Ti Ti Ti (2010) e Novo Mundo (2017).

O curta de 19 minutos foi gravado em dois dias no Rio de Janeiro em novembro de 2023 e ficou pronto no dia 10 de janeiro de 2024.

"Eu vi que o roteiro podia dar um bom filme e aí eu fui atrás de pessoas da área. Eu chamei um amigo que foi meu primeiro assistente de direção e ele topou fazer. Eu tinha verba só para dois dias de filmagem. No primeiro dia, foram 12h de gravação seguidas, e depois 18h sem parar. Os atores se emocionavam muito lendo, foi tudo muito emocionante", relatou a diretora.

Na ficção, Cláudio e Helena têm dois filhos, interpretados por Fernanda Thurann e Celso Jardim, e uma neta, vivida por Stella Spiller, filha da atriz Letícia Spiller, com quem Liza contracenou na novela "O Sétimo Guardião", de Aguinaldo Silva, exibida entre 2018 e 2019 na TV Globo.

“Foi super corajoso da parte dela colocar de pé uma história tão dolorosa. E, para nós, atores, é sempre muito difícil fazer uma personagem inspirada no real e, especialmente, tão próxima à roteirista e diretora. Sinto como se eu estivesse dado de presente a ela a minha emoção, porque quando li roteiro fiquei muito tocada pela personagem”, comentou a atriz Débora Olivieri.

Vida real

O nome do curta foi inspirado também no amor dos pais de Liza. Os dois chegaram a celebrar "Bodas de Ouro" e depois trocaram votos mesmo na época em que José já estava doente, mas fizeram questão de comemorar a data.

"Não me lembro exatamente o período que ele teve, mas foi bem doloroso ver meu pai cada dia que passava ficando mais fraco. Infelizmente, o tratamento não estava funcionando. Eu e meus irmãos revezávamos à noite. Para dormir com ele e minha mãe, sempre dormiam dois irmãos ou um irmão e um grande primo-irmão para ajudar quando ele acordasse no meio da noite, levar pro banheiro ou pegar água. Teve um momento que ele não conseguia mais andar. O mais incrível é que ele sempre manteve o bom humor e acreditava muito na sua cura. Mesmo ele doente, ele ensinava a gente o tempo todo, era sempre uma lição de vida, não reclamava de nada, perguntava se ele estava sentido alguma coisa, ele dizia que 'não', 'que estava tudo bem'", disse a atriz.

Mundo afora

Após o término das gravações, Liza inscreveu o curta em vários festivais tanto no Brasil quanto no exterior. Até agora, já foram inscrições para o Festival de Vitória, Festival de Curitiba, Festival Internacional de Curtas no Rio de Janeiro, Festival de Gramado, Festival de Cannes e Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa em Lisboa (FESTin).

Dos já inscritos, a diretos recebeu a confirmação no festival em Portugal e em Cannes.

"Quando eu fui montando o filme, eu vi que estava muito bonito. A fotografia, os atores incríveis. E aí eu comecei a pensar na possibilidade de colocar em festivais. E Cannes foi o primeiro que abriu e graças a Deus eu fui selecionada e fiquei muito feliz", relatou a diretora.

A inscrição para o Festival de Cannes foi no dia 15 de fevereiro e a resposta chegou no dia 29 do mesmo mês. O festival acontece no dia 14 de maio.

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