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HOME > notícias > CULTURA

Celso Brandão oferece recorte afetivo e geográfico de Alagoas

Peças selecionadas para mostra "Pepitas Populares" fazem parte da coleção particular do renomado fotógrafo e cineasta

Décadas de andanças pelos quatro cantos de Alagoas - sempre acompanhado das câmeras - renderam a Celso Brandão uma invejável coleção de peças de representativos artistas populares do Estado, a exemplo de Manoel da Marinheira, Fernando Rodrigues, Antônio de Dedé, Véio e Zé do Chalé. Parte selecionada dessa coleção poderá ser contemplada pelo público na mostra "Pepitas populares - coleção Celso Brandão", que será aberta na quinta, 19, às 19h, no Museu Théo Brandão (MTB). Registros fotográficos que Celso fez nessas ocasiões também estarão presentes, contando uma história de encontros artísticos em uma Alagoas profunda. 

O universo da arte popular também poderá ser visto nos vídeos de Celso, que serão exibidos durante a abertura da mostra. Na ocasião, a Camerata Acadêmica da Escola Técnica de Artes (ETA) vai apresentar o recital "Folguedos em Corda". 

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A maior sala da exposição é dedicada aos artistas da Ilha do Ferro, com destaque para Fernando Rodrigues, que deu início a toda efervescência cultural do povoado pertencente ao município de Pão de Açúcar. 

Dispostos na mostra, textos sobre o colecionador expõem a relação com as peças/artistas e a importância da coleção e dos registros visuais para a arte popular. Os textos são assinados por alguns dos amigos muito próximos de Celso e da coleção: a antropóloga Rachel Rocha, a professora e jornalista Janaína Ávila, a jornalista Cíntia Ribeiro, o artista visual Francisco Oiticica e o poeta Fernando Fiúza.

RECORTE GEOGRÁFICO E AFETIVO

Nas andanças de Celso, o artista adquiriu centenas de peças e, por essa razão, a exposição conta com uma seleção que teve critérios distintos. "A escolha das obras partiu do olhar sensível do colecionador. Pepitas Populares abre possibilidades de leitura do conjunto de obras da coleção. Longe de expressar sua totalidade, propõe um recorte geográfico e afetivo", escreveu a curadora Cármen Lúcia Dantas no texto que apresenta a exposição. 

As fotografias também foram criteriosamente selecionadas e revelam lugares, obras, relações, dialogando visualmente com as obras da coleção particular de Celso Brandão. Algumas das imagens podem ser consideradas históricas, como a primeira vez que o fotógrafo foi a Ilha do Ferro e conheceu Fernando Rodrigues. 

Esse perambular cultural de Celso Brandão em busca de preciosidades guardadas nos lugarejos do interior alagoano começou quando o fotógrafo e cineasta ainda era estudante de Comunicação Visual em Pernambuco.

Nas férias de julho, o então universitário foi a Água Branca e Delmiro Gouveia e começou a fotografar arte popular. "Eu já gostava porque meu pai comprava essas peças. Com a viagem, meu interesse aumentou. Comecei a adquirir as peças pela fotografia e pelo filme. Sempre que fotografava, comprava ou ganhava dos artistas. Comprar também foi uma forma de agradecer ao artista que esteve colaborando com o meu trabalho", disse Celso, que ainda na década de 1970, teve suas fotografias ilustrando o livro "Alagoas: roteiro cultural e turístico".

Outro estímulo para colecionar foi o trabalho no Museu Théo Brandão, que surgiu como consequência dos registros realizados por Celso. "Comecei a fazer documentários com o tema da cultura popular. Meu segundo filme já foi sobre uma produção familiar de máscaras de carnaval", lembra. Nessa época, Théo Brandão entrou em contato com Celso e realizou uma projeção de seus filmes no antigo endereço do Museu. Posteriormente, já com o MTB na localização atual, Celso começou a trabalhar na instituição com documentação visual (fotografia e cinema). Foi um período que ele viajou muito ao interior, tanto por causa do trabalho no Museu quanto por iniciativa própria. 

Além de ter realizado várias exposições pelo país e exterior, Celso é autor de livros de fotografias sobre cultura popular. Um deles, intitulado "Caixa preta", foi lançado no Brasil e na França e teve edição exclusiva para colecionadores.

O trabalho de documentar arte popular com a fotografia e o cinema foi responsável por divulgar a produção de artistas muitas vezes desconhecidos. Manoel da Marinheira foi um dos que teve a arte impulsionada pelas imagens captadas por Celso Brandão. 

A relação com os artistas serviu também de incentivo para a continuação do ofício, já que em algumas situações, não confeccionava mais peças por falta de demanda. Foi o caso de Zé do Chalé. "Ele havia parado de produzir porque as pessoas só compravam colher de pau", lembra o colecionador. 

Carmen Lúcia Dantas comentou essa relação que Celso desenvolveu com a arte popular. "Esse laço com os artistas foi um incentivo, uma ponte. Ele não tem o sentimento de posse de colecionador em relação à peça, e sim uma relação afetuosa com a obra e o artista. Celso é um farol que ilumina atalhos", disse Cármen.

A mostra ficará aberta ao público até 29 de fevereiro, durante o horário de visitação: de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 12h às 17h.

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