Aprovados no último concurso da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) aguardam, há dois anos, a tão esperada convocação que foi prometida pelo governador Renan Filho (MDB), inclusive durante entrevistas à imprensa. Estas vagas para diversos cargos não foram preenchidas e, a cada mês que se passa, a ansiedade só aumenta.
O certame ocorrido em 2018 abriu 850 vagas para profissionais da área e contemplaria as 13 Gerências Regionais de Ensino (GEREs), sem formar cadastro de reserva. As nomeações dos que foram classificados aconteceram pouco tempo depois, mas nem todos os cargos estão ocupados devido às inúmeras desistências e em função de eventuais pedidos de exonerações feitos pelos servidores logo após a posse.
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Uma das candidatas, que preferiu não se identificar, conta que chegou a gravar a promessa do governador em nomear os candidatos fora do limite de vagas. A convocação estaria, conforme foi dito por Renan Filho, à época, condicionada à vacância por desistências e exonerações que, porventura, acontecessem.
A candidata se agarra neste compromisso anunciado pelo Executivo para ser nomeada para o cargo de professora de Língua Inglesa da rede estadual, no município de Rio Largo, que pertence à 12ª GERE. Foram 16 vagas disponibilizadas e a candidata foi a 17ª na lista de aprovação.
"Duas pessoas que foram chamadas nem se apresentaram e outras duas pediram exoneração. Tenho conhecimento disso porque acompanhei todos estes processos e sei quem são estas pessoas. Quando ouvi que o governador prometeu que iria chamar em caso de desistências e exonerações, fiquei e ainda estou nesta expectativa de ser convocada", relata.
Segundo ela, o concurso tem validade até 2020. Se não for convocada até o fim do prazo, diz que pretende ingressar na Justiça e anexar as provas que recolheu com a promessa de Renan Filho em fazer as convocações. "É uma injustiça. Se o governador falou que iria chamar, tem que cumprir. O sentimento é de muita indignação. Se as vagas não existissem e o governador não tivesse falado nada, eu até ficaria quieta, mas vou lutar pelo meu direito".
Ela diz que chegou a ir à Seduc, no ano passado, numa tentativa de buscar esclarecimentos acerca da possível nomeação, mas revela que foi descreditada pelos servidores do órgão. "Saí de lá humilhada. Todos disseram lá que o governador não iria chamar ninguém além do número de vagas. Zombaram até do que eu estava falando".