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Juventude de Alagoas ainda encara consequências da pandemia de Covid

Estudo do Banco Mundial aponta que impactos do período de isolamento podem resultar em uma geração perdida

Mesmo com o ar de normalidade no cotidiano e os avanços ocasionados pelas vacinas contra a Covid-19, as consequências da pandemia, principalmente na área econômica, segue afetando milhares de pessoas. O grupo mais impactado pela crise sanitária em todo o mundo, de acordo com um estudo do Banco Mundial, foi a juventude. O relatório aponta para uma queda de 15% nos rendimentos dos jovens e, para os estudantes da atualidade, prevê uma perda de 10% nos ganhos futuros, tudo em decorrência da pandemia e do necessário período de distanciamento social.

A pandemia fechou escolas, mudou a realidade e a dinâmica dos empregos, além de interromper a produção industrial. Tudo isso não poderia passar sem que houvesse consequências. Para Maria Rayane, maceioense de 24 anos, o impacto ocorreu em todos os setores da sua vida. Ela saiu do emprego em que estava antes da pandemia, passou os últimos anos fazendo bicos, teve que se mudar para um lugar menor e interromper os estudos.

“Pra mim foi horrível. Eu estava trabalhando antes da pandemia, estudando pra entrar na faculdade e tava tudo encaminhado na minha vida. Demorei anos para voltar ao mercado de trabalho, na colocação que eu estava, e agora que eu voltei, estou ganhando muito menos do que antes”, relata a jovem.

Pandemia diminuiu renda e perspectivas financeiras de jovens
Pandemia diminuiu renda e perspectivas financeiras de jovens | Foto: Katemangostar

“E não é só eu, muitos amigos meus, amigas minhas, estão ainda se reerguendo, porque é um efeito dominó, né? Vai caindo uma coisa e derrubando as outras. Me endividei, me mudei para um apartamento menor, olhe, foi uma tragédia”, desabafa.

Apesar de tudo isso, Rayane tem esperança no futuro e pretende se reorganizar ainda este ano. “Eu tenho que correr atrás agora, né? Se eu não for, quem vai por mim? A gente tem que aceitar que as coisas estão ainda mais difíceis do que já eram”.

Os choques na educação ocasionados pela pandemia e a relação disso com a queda nos salários também foi detalhado no relatório do Banco Mundial. A instituição diz que quarenta milhões de pessoas que teriam emprego não fosse a pandemia, estavam desempregadas no final de 2021. No Brasil, o número de jovens desocupados, sem emprego ou matrícula em escolas, faculdades ou cursos chegou a 22% no mesmo período, o que até hoje afeta a renda desse grupo.

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Segundo o banco, estar desempregado ou ter um emprego mal remunerado no início da vida profissional deixa marcas e pode ter consequências na vida dos jovens por mais de 10 anos.

"As pessoas com menos de 25 anos hoje, ou seja, as mais afetadas pela deterioração do capital humano, representarão mais de 90% da força de trabalho em idade ativa em 2050. Reverter o impacto da pandemia sobre elas e investir em seu futuro deve ser a prioridade mais alta para os governos. Caso contrário, essas coortes representarão não apenas uma, mas várias gerações perdidas." disse Norbert Schady, Economista Chefe para Desenvolvimento Humano do Banco Mundial e um dos autores do relatório.

PERSPECTIVAS

Apesar de a questão econômica não ser, atualmente, uma preocupação para Josias Soares, estudante de psicologia de uma faculdade particular de Maceió, ele diz que a pandemia deixou sequelas que ainda interferem em sua rotina. Por outro lado, ele já conseguiu voltar aos estudos e à socialização.

Josias Soares é estudante de psicologia e descreve como exaustivo o período de pandemia
Josias Soares é estudante de psicologia e descreve como exaustivo o período de pandemia | Foto: Ailton Cruz

“O período de isolamento foi exaustivo. Comecei a faculdade pouco antes, tinha acabado de sair do ensino médio. Entrei na faculdade de psicologia e tive que trancar. Eu não conseguia aprender, era tudo muito novo e eu não conseguia ver meus amigos, a família. Não conseguia estudar. Foram anos que passei recluso e fiquei só existindo”, conta.

“Com certeza tem muitas consequências hoje. Mas também aprendi a gostar da minha solidão e comecei a praticar esportes. Também percebi a importância de ter pessoas ao nosso redor e ter com quem conversar”, continua o jovem.

“Eu sei que o que eu vou falar é um pouco utópico, mas eu espero um mundo sem discriminação racial. Um mundo em que as pessoas possam ser quem elas são, sem se preocupar”, finaliza Josias.

Para André Nemésio, de 27 anos, a pandemia interrompeu o sonho de concluir o curso de Direito e o afastou das pessoas que ama. No entanto, ele também conseguiu retornar à faculdade e comemora poder voltar a ter esperança no futuro.

Para André Nemésio, pandemia interrompeu sonho de concluir o curso de Direito e o afastou de pessoas que ama
Para André Nemésio, pandemia interrompeu sonho de concluir o curso de Direito e o afastou de pessoas que ama | Foto: Ailton Cruz

“Fiquei a maior parte do tempo em isolamento, por causa das pessoas idosas que convivem comigo. Foi difícil porque, além de deixar de ver as pessoas que a gente gosta, ainda deu uma atrasada na formação”, diz André.

“Agora é olhar pra frente. Pretendo me formar, estudar para concurso e buscar a estabilidade financeira. A gente sempre espera que melhore. A fé e a esperança são as últimas que morrem”, conclui.

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