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Como lidar com brigas quando você é alguém que odeia confrontos

Estudos sugerem que resolver conflitos de forma saudável aumenta o bem-estar, reduz o estresse e melhora a autoestima

Recentemente, eu estava em um avião quando uma pessoa atrás de mim colocou o pé descalço no meu apoio de braço. Meu coração começou a bater forte. Eu sabia que teria que dizer alguma coisa. Antes que eu pudesse, o homem ao meu lado cutucou levemente o pé com a caneta e ele escorregou.

Para alguns de nós, a ideia de confronto provoca uma resposta de estresse, diz Karen Osilla, professora associada de psiquiatria e ciências comportamentais na Faculdade de Medicina da Universidade Stanford. Isso faz com que as pessoas o evitem, afirma, "porque o associamos ao perigo".

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Mas os desentendimentos não apenas são inevitáveis, como também podem trazer benefícios, diz Bo Seo, autor de "Good Arguments: How Debate Teachs Us to Listen and Be Heard" (Boas discussões: como o debate nos ensina a ouvir e ser ouvidos, em português). Estudos sugerem que resolver conflitos de maneira saudável aumenta o seu bem-estar, reduz o estresse e melhora a autoestima.

Então, como pessoas avessas a conflitos devem lidar com situações tensas? Especialistas deram algumas dicas.

COMECE COM PESSOAS EM QUEM VOCÊ CONFIA

Se o confronto te deixa nervoso, experimente discordar de pessoas em quem você confia, sugere Seo, "porque um desentendimento franco, de mente aberta, exige segurança psicológica". Tente ficar à vontade dizendo "Na verdade, discordo disso", recomenda. Pense na dissidência saudável como um músculo que você pode fortalecer com o tempo.

FACILITE A DISCUSSÃO

Primeiro, respire fundo, o que diminui a ansiedade e ajuda a manter a calma. Em seguida, em tom educado, admita que você não conhece as intenções da outra pessoa, diz Sheila Heen, coautora de "Difficult Conversations: How to Discuss What Matters Most" (Conversas difíceis: como discutir o que mais importa, em português).

As pessoas muitas vezes perdem tempo imaginando as motivações da outra pessoa, mas é impossível saber com certeza, afirma. "De qualquer forma, o impacto da ação dela é o problema que você quer resolver". Em seguida, compartilhe sua preocupação, concentrando-se em como a situação o afetou.

DESCREVA SUAS EMOÇÕES

Depois de expressar os efeitos das ações ou palavras da outra pessoa, comunique suas emoções, sugere Heen, e convide-a a compartilhar os sentimentos dela também. Um exemplo seria "Estou frustrado" ou "Aquele comentário que você fez doeu". Não se reprima.

MUDE PARA UMA "CONVERSA DE APRENDIZAGEM"

Depois de compartilhar seus sentimentos, tenha uma "conversa de aprendizagem" para trocar perspectivas e resolver o problema juntos. Heen recomenda perguntar: "O que mais o preocupa sobre isso?" e "O que você acha que não estou entendendo?". Escute, faça perguntas relacionadas e sugira possíveis soluções.

LEMBRE-SE QUE VOCÊ SÓ PODE CONTROLAR SUAS AÇÕES

Mesmo que digamos tudo certo, não temos controle sobre como a outra pessoa reagirá. "Nesses momentos, seja compassivo consigo mesmo", sugere Osilla. "Diga a si mesmo: ‘Eu fiz o que pude’."

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