Transplante capilar ajuda na autoestima de calvos em Alagoas

Expectativa x Realidade. Sonho e Realização. O que, há pouco tempo, não era um cenário palpável, hoje, mostra-se real na vida dos calvos. Este mesmo público, que equivale a uma grande parcela da população, agradece aos cirurgiões plásticos pelo milhares de fios retirados da nuca e colocados na parte calva da cabeça. Tamanha técnica da medicina estética recebe o nome de "Transplante Capilar", que tem sido bastante procurada. Nada mais, nada menos do que uma "autoestima lapidada"

Nesta semana, a reportagem conversou com a cirurgiã plástica Emmanuella Oliveira. Ela explicou a nova realidade vivenciada por quem tem calvície, seja ela em qualquer grau. Considerada a pioneira no estado, a médica afirma ter realizado cerca de 400 cirurgias de transplante na capital e no interior, com resultados bastante positivos.

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Transplante capilar ajuda na autoestima de calvos em Alagoas — FOTO: Divulgação

De acordo com Emmanuella, o transplante capilar é uma estratégia cirúrgica para minimização dos efeitos estéticos e funcionais da alopécia androgenética (tipo mais comum de calvície). Questionada sobre a especificidade do procedimento, a médica explica que as regiões de onde serão retirados os fios são a occipital (nuca) e temporal (laterais). Após a retirada, eles são distribuídos na região calva.

"Os padrões para o transplante capilar são os transplantes de unidades foliculares, com os nomes FUT, cirurgia convencional em que é retirada uma fatia do couro cabeludo e, posteriormente, as unidades são preparadas no microscópio, e FUE, em que as unidades já são retiradas individualmente, não produzindo uma cicatriz linear. O mais procurado tem sido a FUE por não resultar na cicatriz e por ser a mais rápida na recuperação pós-operatória", enfatiza Emmanuella, afirmando que a cirurgia não é indicada para os pacientes que possuem calvície difusa, a perda aguda e progressiva do cabelo após doenças crônicas ou febris, e estresse emocional, por exemplo.

Quanto ao pós-operatório, o paciente pode retomar suas atividades normalmente em dois ou três dias. Já os exercícios físicos, só após uma semana. A única restrição é em relação à exposição solar de forma prolongada, que só é permitida após 40 dias.

CRESCIMENTO CAPILAR

E a evolução capilar é o que mais preocupa o paciente, porque ele investiu nisso e quer ver resultados. Neste ponto, a médica chama a atenção para o lento progresso do procedimento, o que exige do transplantado certo grau de paciência. Seria aquele velho ditado: "se esperou tanto tempo, por que não aguardar mais um pouco?".

Conforme ressalta Dra. Emmanuella, após três meses de cirurgia, parte dos cabelos transplantados começa a crescer. O crescimento total é de 8 meses a 1 ano e, em alguns pacientes, até 1 ano e meio. Para determinados graus de calvície, é necessário mais de uma cirurgia para se atingir um resultado satisfatório.

"Com relação aos valores do transplante, o Conselho Federal de Medicina, através do seu código de ética, não permite a divulgação de valores de procedimentos, pois o tratamento médico vai além da execução do procedimento apenas. Em cirurgia plástica, os procedimentos não são tabelados, visto que variam conforme o grau de dificuldade de cada caso", frisa a especialista.

A cirurgiã conclui, destacando que há uma tendência de aumento da procura pelo procedimento, levando-se em conta o procedimento menos invasivo (sob anestesia local) e a melhoria da qualidade dos resultados.

UMA NOVA PESSOA

"Isso sempre me incomodava, tanto que eu não gostava nem de tirar fotos e tentava disfarçar usando a franja para cobrir as entradas, mas, ainda sim, não tinha pretensão de fazer o transplante, primeiro por medo do preconceito e dos meus amigos me zoarem por isso e, depois, por achar que o investimento seria bastante caro 'apenas por uma questão de estética'. Porém, chegou a um ponto em que acordei e decidi que era mais uma questão de aumentar minha autoestima e me sentir feliz comigo mesmo, do que um investimento financeiro", disse.

Este é o relato de Sidney Victor Morais de Mendonça Lopes, 30 anos, que se submeteu ao procedimento há cinco meses, e cujo sonho é o de José, João, Francisca, Carlos e tantos outros, todos calvos e, por pouco, carecas.

O método escolhido por Sidney foi o FUT, que deixa a cicatriz. "Na verdade, eu tinha muito receio da cicatriz e que ela atrapalhasse no esporte que pratico (Jiu Jitsu), daí minha noiva, que faz parte da equipe da Dra. Emmanuella, me convenceu que esse risco era pouco provável de acontecer e, depois, junto com a Dra., optamos por fazer a FUT. O único receio que eu tinha era de a cicatriz ficar evidente depois do transplante, mas, hoje, ela quase nem aparece e é até difícil de encontrar (risos)", diz Sidney.

Quanto ao pós-operatório, o paciente considera ter sido bem tranquilo, pois não sentiu dor nem qualquer tipo de reação. Teve repouso. "Era grande a vontade de voltar à rotina de academia e treinos do Jiu-Jitsu, mas o importante é seguir direitinho as orientações da médica, tomar a medicação nos horários corretos, não se esforçar nesse período, e sua recuperação vai fluindo muito bem. O resultado disso foi o elogio das pessoas, que tiveram também vontade de fazer".

Para Sidney, a satisfação pessoal deve prevalecer, ainda que o procedimento estético custe caro. A vontade de estar e de se sentir feliz é o bastante, conforme ressalta. "Hoje, acredito que o procedimento de estética vai além da vaidade, é bem mais do que você só querer estar mais bonito; no meu caso foi uma satisfação pessoal, foi a vontade de me sentir mais feliz comigo mesmo, sem pensar no que os outros iriam achar da minha aparência. O que eu deixo para aqueles que pensam em fazer não só o transplante, mas qualquer outro procedimento estético, é que não façam pensando no que os outros vão achar de você; se isso te incomoda, se faz baixar sua autoestima e se você vai se sentir feliz, faça! Não há preço que pague a sua satisfação pessoal, saúde mental e bem-estar".