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TOC: Confundido como brincadeira ou mania, transtorno causa sofrimento e traumas

Alagoano fala do dia a dia de ansiedade; psicóloga defende diagnóstico precoce

Separar peças de roupa no guarda-roupas por cores. Concertar a posição do quadro na parede. Evitar passar por baixo da escada. Verificar se a válvula do fogão, a torneira ou a gaveta estão fechadas, mesmo tendo certeza de que está tudo normal. São alguns exemplos do Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC.

A doença é caracterizada pela presença de obsessões e compulsões nas ações e nos comportamentos do indivíduo. Na obsessão, há pensamentos, impulsos e atos descontrolados; enquanto que na compulsão, são atos repetitivos ou mentais executados em resposta direta à obsessão.

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Por não ser um momento prazeroso, o TOC provoca sofrimento e isso acontece porque são pensamentos indesejados. As pessoas tentam lutar contra atos desordenados e podem desenvolver ansiedade. A atitude decorrente de pensamentos compulsivos minimiza a situação, alivia a ansiedade e o sofrimento do indivíduo pela repetição.

O estudante Leonardo Cavalcante, de 18 anos, não foi diagnosticado por um profissional especializado, mas revela que sofreu um trauma no passado e após leituras e pesquisas na internet entende que possui TOC, ainda que seja em um estágio moderado.

Ele organiza seus objetos pessoais em uma ordem que lhe parece confortável. "Porque após o trauma 'criei' uma superstição de que se eles não tiverem no mesmo lugar, algo de ruim irá acontecer. Como um assalto, problema familiar, social, acadêmico", revelou o estudante.


				
					TOC: Confundido como brincadeira ou mania, transtorno causa sofrimento e traumas
FOTO: Reprodução/Internet

"No meu banheiro acontece a mesma coisa. Pasta de dente, escova, creme, tudo sempre no mesmo lugar. Minha bolsa que eu utilizava para ir a escola tinha dentro dela os materiais também sempre no mesmo lugar. Tudo isso pelo mesmo motivo", acrescentou.

Leonardo revelou ainda que se sente desconfortável quando não faz os mesmos movimentos corporais, como quando toma banho ou escova os dentes. Ele contou que caso não comece a escovar os dentes pelo lado direito da boca sente que algo de ruim pode acontecer.

DIAGNÓSTICO PRECOCE AMENIZA SOFRIMENTO

A psicóloga Niely Barros, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), explicou que quando o TOC é diagnosticado cedo facilita o tratamento. "Quando o TOC é observado na infância torna-se mais fácil manter certo equilíbrio. Mas, na vida adulta, isso fica ainda mais delicado, pois os adultos tentam disfarçar as ações compulsivas".

"O excesso de lavar as mãos ou outra parte do corpo pode até desenvolver algum problema dermatológico, fruto da obsessão por limpeza. Cortar as unhas ao ponto de ferir os dedos ou eliminar a sujeira mais escondida pelo receio de contaminação. Medo de ir ao consultório médico devido à exposição em público. São outros exemplos do desenvolvimento do transtorno", contou a psicóloga.

Ainda segundo Niely Barros, o sexo feminino é o mais afetado pelo TOC e há uma taxa um pouco mais alta que o sexo masculino na idade adulta. Ela revelou que a dificuldade de descartar ou mesmo acumular objetos também é um exemplo do desenvolvimento do TOC. O medo de prejudicar alguém ou mesmo de se prejudicar também pode fazer parte.

Os pais de Leonardo foram os primeiros a perceber as manias exageradas e conversaram com o filho. O estudante concordou com a opinião e preferiu seguir a orientação que recebeu por desacreditar um pouco dessa área de atuação.


				
					TOC: Confundido como brincadeira ou mania, transtorno causa sofrimento e traumas

A tática utilizada por ele para se livrar ou, pelo menos, diminuir o impacto dessas manias em sua vida é de fazer exatamente o contrário daquilo que sente vontade. "Não reponho o objeto no mesmo local, tiro do meu alcance o que me incomoda. Isso tem me ajudado bastante", disse.

Apesar de sentir muito incômodo no dia a dia devido a suas manias excessivas, o estudante disse que por enquanto irá permanecer agindo assim. Mas que no futuro, percebendo um avanço negativo e graves consequências, deverá procurar a ajuda de um profissional competente.

COMO DESCOBRIR?

Existem vários critérios para diagnosticar Transtorno Obsessivo Compulsivo. Um dos métodos é observar as ações do indivíduo. Funciona como um mecanismo de avaliação e de observação. Verificar a repetição dos sintomas em um determinado espaço de tempo, além de saber se há sentimento de angústia também são técnicas para o diagnóstico.

"O diagnóstico é constatado após análise de uma equipe de profissionais. Um psiquiatra é quem apresenta o parecer. O psicólogo apenas indica a possibilidade da doença. A cura ainda não se pode dizer que existe, mas sim um equilíbrio da aceitação do próprio indivíduo", revelou a psicóloga Niely Barros.

A conversa dentro de casa e entre amigos também pode servir como indicativo de TOC. O ato de impor regras a todo custo, proibições de receber visitas, etc. Esses comportamentos ajuda a levar ao diagnóstico do profissional.

COMO TRATAR?

Os tratamentos mais comuns são consultas com médicos especialistas. É feita uma explanação ao paciente sobre o que é a doença, quais as características e as consequências. A terapia cognitiva-comportamental é indicada juntamente com o uso de remédios que inibem a serotonina. Cerca de 60% dos casos apresentam o controle do TOC.

Um lembrete no banheiro, na parede , na cozinha ou no próprio quarto, por exemplo, são formas de tratar ou tentativas de coibir esses atos. Os lembretes fazem a pessoa perceber que aquela compulsão é desnecessária.

Além disso, é necessário atenção para com a doenças que seguem a linha do TOC, como fobia social, bipolaridade e depressão. E a família também exerce um papel fundamental no tratamento de pessoas que possuem o TOC. O apoio e incentivo deve ser constante para a obtenção de um resultado significativo.

CASOS NO BRASIL

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, o Brasil tem cerca de 8 milhões de pessoas acometidas pelo Transtorno Obsessivo Compulsivo. Esse número representa 8% da população do País.

Estudos realizados por um grupo de pesquisadores faculdades públicas e privadas do país, que entrevistam 1001 portadores de TOC, revelaram que 68% dos entrevistados têm ao mesmo tempo depressão, 63% casos de ansiedade e 35 % fobia social.

Ainda segundo a pesquisa, incríveis 10% dos que responderam as perguntas feitas pelos estudiosos revelaram que já houve o pensamento de suicídio. Dessa forma ficou ainda mais claro o impacto negativo que o TOC exerce nas pessoas.

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