Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > CIÊNCIA E SAÚDE

Pesquisa indica queda da anemia em crianças de até 5 anos

Prevalência caiu de 20,9% em 2006 para 10,1% em 2019

A prevalência de anemia em crianças brasileiras de 6 meses a 5 anos caiu de 20,9% para 10,1% entre 2006 e 2019, segundo dados divulgados hoje (19) no Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019). A redução ocorreu em todas as regiões brasileiras, com a exceção da Norte, onde a prevalência subiu de 10,4% em 2006 para 17% em 2019.

A coordenadora do eixo micronutrientes do Enani e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Inês Rugani, afirma que a prevalência de 10,1% caracteriza a anemia como um problema de saúde pública leve, segundo parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para deixar de ser considerado problema de saúde pública, o percentual precisa ser menor que 5%. 

Leia também

O estudo também mapeou a deficiência de vitamina A nas crianças de 6 meses a 5 anos e constatou uma prevalência de 6% no Brasil, o que representa uma redução em relação aos 17,4% registrados em 2006, na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. 

Com a queda, o percentual nacional saiu da zona de problema de saúde pública moderado (10% a 20%) e passou a ser considerado um problema leve (2% a 10%). A deficiência de vitamina A foi maior no Centro-Oeste (9,5%), Sul (8,9%) e Norte (8,3%).

A pesquisadora da UFRJ afirmou que é importante aprofundar o conhecimento sobre as desigualdades regionais e locais com novas pesquisas. "Os dados parecem indicar que a gente está em um momento em que podemos começar a trabalhar com a focalização de grupos mais vulneráveis", avaliou.

Outros micronutrientes foram avaliados pela primeira vez em âmbito nacional, como a vitamina B12. Nesse caso, a prevalência da falta da vitamina foi de 14,2% no Brasil, chegando a 28,5% na Região Norte.

O coordenador nacional do Enani-2019, Gilberto Kac, destaca que esse micronutriente reflete desigualdades socioeconômicas e um cenário de insegurança alimentar. 

"As fontes de vitamina B12 são exclusivamente alimentos de origem animal, principalmente – carne bovina, suína, fígado, vísceras e peixes. A dificuldade de acesso a esses alimentos pode estar relacionada à alta prevalência de deficiência de vitamina B12 nessa faixa etária", analisa Kac em texto divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das instituições participantes do projeto.

A deficiência de vitamina D teve prevalência calculada em 4,3% para o Brasil. Nesse caso, os menores percentuais foram 0,9% no Nordeste e 1,2% no Norte, enquanto o maior foi de 7,8% no Sul. Também foram apresentados dados para a deficiência de zinco, que teve prevalência de 17,8% no Brasil, abaixo do limite de 20% que configura um problema de saúde pública. 

A pesquisa incluiu 12,5 mil domicílios e conseguiu coletar amostras de sangue de 8,8 mil crianças de 6 a 59 meses de idade. Também foram realizadas entrevistas com as famílias.

A coordenadora-geral de alimentação e nutrição no Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, ressaltou a importância da pesquisa para as políticas públicas e afirmou que o consumo dos dados pela gestão é imediato. 

"A prioridade, do ponto de vista de política pública, é a alimentação saudável das crianças. Esse é o objetivo. No entanto, enquanto persistirem as carências, temos os programas de suplementação", afirmou.

"A decisão que a gente já aprimorou, olhando para a Região Norte, identificando essa vulnerabilidade, é intensificar a ação por meio do NutriSUS  [Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes (vitaminas e minerais) em Pó] . Nesta sexta-feira, a equipe está indo para o Amazonas, para a intensificação do NutriSUS, que ia acontecer na escola e vai acontecer na atenção primária."  

A pesquisadora da Universidade de São Paulo Marly Cardoso participou da transmissão ao vivo do lançamento da pesquisa e elogiou o trabalho, mas lembrou que os dados são de 2019 e refletem um período anterior à pandemia de covid-19. "Esses resultados refletem o antes da pandemia e a década anterior de ações de atenção e cuidado nutricional e a saúde infantil. A gente está diante de um outro cenário que exige cautela".

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas