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HOME > notícias > CIÊNCIA E SAÚDE

Genes de síndrome podem ajudar a melhorar sociabilidade de humanos

Pessoas com síndrome de Williams são hipersociais. Cientistas querem usar descobertas para tratamento do autismo

Uma pesquisa publicada na revista "Nature" analisou os genes causadores da síndrome de Williams, uma condição rara que deixa o portador predisposição a ser hipersocial. O estudo pode contribuir para o tratamento do autismo, por exemplo, de acordo com o artigo publicado nesta quarta-feira (10).

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, em parceria com o Salk Institute of Biological Studies e outras instituições, criaram uma espécie de modelo sobre como se desenvolve a síndrome. A condição genética é causada pela falta de sequências de 25 genes no cromossomo 7, cerca de 30 mil genes no cérebro.

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A síndrome afeta 1 em cada 10 mil pessoas no mundo e ocorre em ambos os sexos. As pessoas com a condição têm problemas cardíacos, dentários e ortopédicos. Elas geralmente têm um nariz pontudo, boca mais larga e/ou carnuda e queixo pequeno. Neurologicamente, há um atraso no desenvolvimento com déficits de noção espacial e uso da linguagem.

De acordo com Ursula Bellugi, co-autora do estudo e professora da Universidade da Califórnia, além de serem muito sociais, as "pessoas com síndrome de Williams tendem a ser excessivamente confiantes, desenvoltas com estranhos, mas ansiosas." Ainda segundo Bellugi, não está totalmente clara a ligação genética com os aspectos comportamentais da síndrome.

O autor principal do estudo, o brasileiro Alysson Muotri, é conhecido por estudar o autismo e disse que ficou intrigado com a doença, já que é uma condição diferente - quase oposta - de seu foco de pesquisa. O autismo se caracteriza por menor sociabilidade e competências linguísticas. "Fiquei fascinado com como um defeito genético, uma pequena deleção em um dos nossos cromossomos, pode nos fazer mais amigáveis, mais compreensivos e mais capazes de abraçar as nossas diferenças", disse Muotri.

Há alguns anos, Muotri e outros cientistas criaram modelos celulares in vitro com características genéticas do autismo, usando células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) de dentes de crianças com a doença. O mesmo processo foi feito nesta pesquisa, mas com indivíduos com síndrome de Williams - as células foram reprogramadas para se tornarem células progenitoras neurais capazes de formar redes que se assemelham ao córtex do cérebro humano.

Os neurônios com a síndrome cultivados têm um aspecto diferente. São mais ramificados do que os derivados com desenvolvimento normal. "Eles [neurônios] fazem mais sinapses ou conexões com outros neurônios do que geralmente é esperado", disse Muotri. "Isso pode estar por trás do aspecto super-social da síndrome e de seu cérebro humano agregador, dando ?insights? sobre o autismo e outras desordens que afetam lado social do cérebro".

Ainda de acordo com o pesquisador, estudar a síndrome pode ajudar a explicar como um ser humano pode ser social e contribuir para a evolução da humanidade. "Foi nosso poder de sociabilidade que nos fez uma espécie de colaboração", disse. "Capazes de transformar de forma dramática o nosso meio ambiente por meio da criação de poesia, música e tecnologia."

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