
Nenhum extremo climático mata tanto quanto calor. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) informou que entre 2000 e 2019, o calor matou 489 mil pessoas por ano no mundo. Mas, como a mortalidade associada ao calor não é corretamente notificada na maioria dos países, a OMS e a OMM estimam que o número real de mortes é, no mínimo, 30 vezes maior.
Isso significa que pelo menos 14.670.000 pessoas morrem por ano de calor no mundo. E esse número é anterior às temperaturas recordes e ondas de calor mais intensas e prolongadas registradas em 2023 (o ano mais quente da História da Humanidade) e 2024, que caminha para superar o ano anterior.
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Como o calor mata
Na maioria dos casos são pessoas com doenças crônicas, como pacientes renais. Mas quem puxa o gatilho é o calor. Ele afeta portadores de doenças crônicas, como males do coração, renais e diabetes e faz com que muita gente morra antes da hora.
A temperatura do ar sozinha não é o melhor indicador dos extremos. A medida mais precisa do conforto térmico, ou seja, o quanto de fato as pessoas sentem, é a temperatura de bulbo úmido.
O cálculo do bulbo úmido
Ela é calculada pela combinação da temperatura com a umidade do ar. Mesmo uma pessoa saudável superaquecerá e poderá morrer se permanecer numa temperatura de bulbo úmido superior a 35 graus Celsius por mais de seis horas.
Os 35C de bulbo úmido equivalem a 45C com 50% de umidade, o que dá uma sensação térmica de 71C.
Recorde esmagado: Por que 2024 pode superar 2023
É um calor mais escorchante do que o medido em desertos, que são secos. Para se ter ideia do quão terrível essa temperatura é, as ondas de calor recentes nos EUA e na Europa têm ficado em torno de 30C de bulbo úmido.
No entanto, alguns lugares do mundo têm registrado valores térmicos acima do limite de risco. Exemplos são o Paquistão e países do Golfo Pérsico.