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Consumo de óleo de coco pode causar obesidade, diz pesquisa da USP

Estudo de pesquisadores da USP apontou que o consumo de cerca de uma colher de sopa óleo de coco por dia pode causar inflamações no corpo

Apesar de muito comum, o uso de óleo de coco como suplemento alimentar foi associado à obesidade em uma nova pesquisa científica publicada nesta terça-feira (4/7) por cientistas da Universidade de São Paulo (USP).

As evidências encontradas apontam que consumir uma colher de sopa da substância estaria associado a um maior ganho de peso e ao desenvolvimento de comportamento ansioso.

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Além disso, o óleo de coco foi relacionado a um aumento de inflamações no sistema nervoso, tecido adiposo e fígado. A capacidade do corpo de se sentir saciado e de controlar os níveis de açúcar também foi prejudicada, o que poderia afetar principalmente pessoas com diabetes.

“Os dados sugerem que, embora o processo seja lento e silencioso, a suplementação com óleo de coco por longos períodos pode levar a alterações importantes no metabolismo que contribuem para o desenvolvimento de obesidade e comorbidades associadas”, afirma o biólogo e professor Marcio Alberto Torsoni, um dos autores da investigação, à Agência Fapesp.

O estudo foi publicado pelos pesquisadores do Laboratório de Doenças Nutricionais e Metabólicas da USP na edição de julho do Journal of Functional Foods. Mesmo que tenha origem vegetal, o óleo de coco mostrou ter alto índice de ácido graxo saturado em sua composição, produto muito encontrado em gorduras como a banha de porco. Ele tem alta concentração de lipídios que favorecem processos inflamatórios do corpo.

A pesquisa foi feita com 60 camundongos saudáveis divididos em dois grupos. Eles receberam dietas diferentes, sendo uma delas com suplementação de óleo de coco. O estudo durou oito semanas.

A quantidade de óleo oferecida ao grupo de ratos foi 5% além do nível recomendado de gordura saturada na sua alimentação, ou seja, era dado como um extra. Esta dose, segundo os pesquisadores, é semelhante ao que seria uma colher de sopa para os humanos, cerca de 13 gramas da substância ao dia.

A pesquisa não avaliou a substituição de gorduras já presentes na dieta integralmente pelo óleo de coco, apenas sua adesão extra na alimentação regular.

“O consumo de óleo de coco como componente da dieta usual ou como suplemento alimentar aumentou muito na população, mas é preciso avaliar consequências a largo prazo. Além disso, ele não é recomendado como suplemento para tratamento de doenças ou recuperação da saúde”, completa Torsoni.

O Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde recomenda que o óleo de coco seja utilizado apenas em pequenas quantidades, especialmente para temperar alimentos in natura ou minimamente processados.

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